Lei Padre Júlio Lancellotti é importante para combater déficit habitacional, diz urbanista
À CNN Rádio, Joice Berth afirmou que população em situação de rua é “historicamente abandonada” pelos poderes públicos
A regulamentação da Lei Padre Júlio Lancellotti é “extremamente importante”, segundo a urbanista e escritora Joice Berth.
A medida proíbe a aporofobia, que é preconceito aos pobres, por meio da “arquitetura hostil”, contra pessoas em situação de rua em espaços públicos.
“É um avanço grande, já que é uma população historicamente abandonada pelos poderes públicos”, disse à CNN Rádio, no CNN Plural.
A especialista reforçou que a população de rua vem se acumulando, nesse “extremo do déficit habitacional.”
“Essas pessoas dependem do suporte dos estados, prefeituras e governo federal para abrigos, é preciso ter uma política específica para isso”, completou.
Ela lembra que o Brasil tem 240 mil pessoas em situação de rua, sendo que um quarto deste número está em São Paulo.
“O número é exorbitante, e cresceu durante a pandemia”, afirmou.
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Para a urbanista, a arquitetura hostil é a “tradução do preconceito que a população em situação de rua carrega.”
“As pessoas olham para essa parcela da população e pensa que são marginais e bandidos, mas a maior parte é composta por trabalhadores que não têm habitação”, destacou.
Dessa forma, “é necessário cobrar do poder público que a verba federal tenha porcentagem significativa sendo destinada ao combate ao déficit habitacional”.
*Com produção de Isabel Campos