Justiça condena a 45 anos de prisão ex-marido que assassinou juíza no Rio
Paulo José Arronenzi esfaqueou a ex-mulher na véspera do Natal de 2020 na frente das 3 filhas; julgamento durou mais de 13 horas


Depois de mais de 13 horas de julgamento, o engenheiro Paulo José Arronenzi, acusado de assassinar a ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, foi condenado a 45 anos de prisão em regime inicial fechado.
A sentença foi anunciada às 4 horas da madrugada desta sexta-feira (11).
O crime ocorreu na véspera do Natal de 2020, na frente das três filhas, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, enquanto a magistrada levava as crianças para passarem a data com o pai.
A juíza foi atacada de surpresa com uma faca quando descia do carro para deixar as filhas com o ex-marido.
Depois de esfaqueá-la por 16 vezes, Arronenzi foi preso em flagrante logo em seguida por guardas municipais.

De acordo com a Justiça, as qualificadoras que contribuíram para a elevação da pena foram:
- Feminicídio, ou seja, a vítima foi morta por ser mulher;
- Fato do crime ter ocorrido na presença de três crianças;
- Motivo torpe, já que o acusado a matou por não se conformar com o fim do relacionamento;
- Meio que dificultou a defesa da vítima, atacada de surpresa quando descia do carro enquanto levava filhas ao encontro do ex-marido;
- Meio cruel utilizado, uma vez que as múltiplas facadas no corpo e no rosto causaram intenso sofrimento à vítima.
Vinicius Vieira do Amaral, irmão da vítima, foi o a segunda testemunha de acusação a depor no plenário. Durante o depoimento, ele explicou que Viviane abriu mão da escolta armada em dezembro, mesmo mês que foi morta pelo ex-marido.
“Ele queria compensações financeiras. Minha irmã deu R$ 640 mil para ele. Em troca, ele deu a morte pra ela. Todas as vezes que penso nela, lembro da cena de terror do dia do crime. Tenho dificuldade de manusear facas. Ele começou a matá-la muito antes do crime e até hoje ele segue matando toda a minha família”, disse Vinicius.
Viviane Vieira do Amaral tinha 45 anos na época do crime. Ela integrou a magistratura do Estado do Rio de Janeiro por 15 anos e atuava na 24ª Vara Cível da Capital.
