Justiça bloqueia bens de ex-patrão da mãe do menino Miguel, que morreu em Recife
Menino de 5 anos morreu após cair do nono andar de um prédio de luxo


O Tribunal de Justiça de Pernambuco determinou o bloqueio parcial de bens do prefeito de Tamandaré e ex-patrão da mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu após cair do nono andar de um prédio de luxo no bairro São José, em Recife.
A decisão foi proferida na quarta-feira (1º), mesmo dia em que Sarí Corte Real, esposa de Hacker, foi indiciada pela Polícia Civil do Estado por abandono de incapaz. Miguel estava sob os cuidados de Sarí enquanto a mãe do menino, Mirtes Renata Santana de Souza, passeava com os cachorros da patroa.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, os salários da mãe do garoto eram pagos com dinheiro da prefeitura de Tamandaré. O órgão solicitou o bloqueio temporário R$ 580 mil de bens do prefeito.
A medida foi tomada garantir o pagamento de multa civil caso o prefeito seja indiciado em ações de improbidade administrativa.
Quando a denúncia foi apresentada, Hacker disse que forneceu todos os documentos e que colaboraria com as investigações.
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Imagens da câmera do elevador mostram Sarí apertando o botão da cobertura e deixando o menino lá dentro. Ele aperta outros botões, entra e sai várias vezes, aparentando estar perdido. Por fim, ele desembarca e vai para uma área onde ficam instalados aparelhos de ar-condicionado, de onde caiu de uma altura de cerca de 35 metros e morreu.
Durante o inquérito, que durou 30 dias, dois funcionários do prédio onde o acidente aconteceu prestaram depoimento e disseram que ouviram gritos do Miguel pela mãe momentos antes de cair do nono andar do edifício. Ele teria visto a mãe caminhando pela calçada com o cachorro da patroa.
Em nota divulgada no início do mês, o casal informou que não falaria com a imprensa e que prestaria assistência à Mirtes. Por sua vez, a mãe de Miguel negou ter recebido qualquer tipo de ajuda e relatou estar com o salário atrasado.
(Edição: Leonardo Lellis)