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    Júri popular de assassinato do ativista Zé Maria do Tomé inicia após 14 anos

    Zé Maria lutou contra pulverização aérea de agrotóxicos e sua morte resultou na aprovação de lei contra prática no Ceará

    Gabriela Bentocolaboração para a CNN , em Recife

    O júri popular do assassinato do ativista ambiental José Maria do Tomé, morto com 25 tiros em 2010, iniciou na manhã desta quarta-feira (9), após 14 anos de espera.

    O réu, o agricultor Francisco Marcos Lima Barros, é acusado de fornecer informações que facilitaram a emboscada contra Zé Maria, conhecido por sua luta contra a pulverização aérea de agrotóxicos na Chapada do Apodi, na divisa entre os estados do Rio Grande do Norte e do Ceará.

    O julgamento é realizado no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.

    A denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) acusa Francisco Marcos Lima Barros de homicídio qualificado, considerando o motivo torpe, o meio cruel e a utilização de recursos que dificultaram a defesa da vítima.

    Na audiência, o MPCE será representado pelos promotores Alice Iracema Melo Aragão e Francisco Elnatan Carlos de Oliveira Junior.

    O júri é acompanhado de perto por movimentos sociais, que buscam justiça há 14 anos. Zé Maria do Tomé é reconhecido por sua defesa dos direitos humanos e pela preservação ambiental na Chapada do Apodi.

    Ele registrava imagens de aviões, tirava fotos e coletava documentos e estudos sobre os riscos associados à pulverização.

    A atuação do ativista resultou na aprovação da Lei Estadual 16.820/19, que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em todo o território cearense.

    Zé Maria foi assassinado em 21 de abril de 2010 com 25 tiros, enquanto trafegava de motocicleta em uma estrada pouco movimentada na comunidade de Tomé, em Limoeiro do Norte, interior do Ceará.

    A motivação do crime está relacionada à sua luta contra a pulverização aérea de agrotóxicos, prática que, segundo ele, causava sérios prejuízos à saúde da população local.

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