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    Jovem que cheirou pimenta recebe alta de hospital e terá atendimento domiciliar

    Thais Medeiros de Oliveira estava internada desde fevereiro no hospital Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia

    Thaís Medeiros de Oliveira, de 25 anos, que estava hospitalizada desde fevereiro após cheirar uma pimenta-bode
    Thaís Medeiros de Oliveira, de 25 anos, que estava hospitalizada desde fevereiro após cheirar uma pimenta-bode Reprodução/Instagram

    Douglas PortoCatarina Nestlehnerda CNN

    em São Paulo

    Internada desde fevereiro após cheirar uma pimenta-bode, a trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, recebeu alta, na última segunda-feira (31).

    Ela estava internada no hospital Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia. Segundo a unidade de saúde, Thais agora receberá atendimento domiciliar, com visitas semanais.

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    A equipe que atenderá a trancista é composta por médico, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social, técnico em enfermagem.

    A frequência de atendimento ao paciente é alternada conforme a necessidade de tratamento de cada caso.

    Na sexta-feira (28), Adriana Medeiros, mãe da jovem, afirmou que será importante para sua recuperação o convívio com a família e com suas filhas.

    “Essa volta para casa vai fazer muito bem para ela. Estar perto da família e estar perto das filhas. Isso vai fazer um diferencial muito grande na recuperação da Thais”, disse Adriana em vídeo publicado no Instagram.

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    Entenda o caso

    Thais e o namorado estavam em casa, almoçando com a família, quando a companheira teria cheirado uma pimenta-bode e começou a passar mal. Asmática, ela teve falta de ar e precisou ser levada às pressas para o hospital. Chegando ao local, Thais precisou ser reanimada pelos médicos.

    CNN ouviu especialistas para entender o que pode ter ocasionado a reação alérgica grave na jovem.

    Na avaliação do neurocirurgião e professor livre docente do Hospital das Clínicas de São Paulo Fernando Gomes, a trancista pode ter sido vítima de uma reação cruzada – quando há uma resposta imunológica a produtos diferentes, mas com componentes semelhantes.

    O neurocirurgião aponta também a possibilidade de um elemento não identificado ter causado um choque anafilático, a forma mais grave de resposta alérgica que uma pessoa pode experimentar.

    “O antecedente de asma da jovem já mostra que ela tem uma predisposição a processos inflamatórios, autoimunes e até mesmo imunoalérgicos, o que pode configurar um fator de risco a mais nessa situação”, cita.

    A alergista e imunologista do Hospital Albert Einstein Brianna Nicolletti pontua que alergia a pimenta é rara, mas pode acontecer, assim como a outras especiarias, tal como noz-moscada, canela, entre outras.

    “Vale lembrar que a alergia pode acontecer em qualquer momento da vida, quando ocorre uma ‘desregulação’ do sistema imunológico do entendimento do que seria normal e estranho”, elucida Nicolletti.

    “Você pode desenvolver alergia em qualquer idade, mesmo já tendo ingerido [uma determinada substância] e não ter tido nenhuma alergia, pois o sistema imune está em constante transformação”, completa.

    Como identificar uma reação alérgica grave

    No caso das reações alérgicas graves, a médica indica que os sinais e sintomas surgem minutos ou poucas horas após o contato com a substância. É preciso estar atento para:

    • Vermelhidão, coceira ou inchaços na pele;
    • Tosse, chiado no peito ou falta de ar;
    • Dor de barriga, diarreia ou vômito;
    • Hipotensão (pressão baixa) e;
    • Desmaio ou sonolência.

    O que fazer em casos de reação alérgica grave

    Ambos os especialistas consultados pela CNN são categóricos em afirmar que o primeiro passo ao se identificar uma reação alérgica grave é procurar ajuda especializada no hospital mais próximo.

    Isso porque um choque anafilático pode causar um edema de glote, que pode afetar a garganta e obstruir o fluxo de ar para os pulmões. Se não tratado rapidamente, a condição pode ser fatal.

    No entanto, os médicos ouvidos reiteram que pessoas com predisposição a reações alérgicas graves costumam carregar com si uma caneta injetável de adrenalina, que deve ser aplicada quando necessário.

    Além disso, manter a pessoa preferencialmente deitada, com as pernas elevadas, para facilitar a circulação sanguínea e observar seus sinais vitais são medidas imprescindíveis.

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