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    Jornalista relata à CNN agressão sofrida durante cobertura de chuvas em São Sebastião

    Renata Cafardo e o fotojornalista Thiago Queiroz, do Estadão, foram abordados por um grupo de moradores de um condomínio de luxo; a repórter foi empurrada em uma área alagada

    Da CNN

    A jornalista do Estadão Renata Cafardo relatou à CNN, nesta terça-feira (21), as agressões que ela e o fotojornalista Thiago Queiroz sofreram por parte de um grupo de moradores de um condomínio de luxo em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, durante a cobertura das fortes chuvas que atingiram a região.

    Segundo Cafardo, por volta das 13h, ela e Queiroz estavam na rodovia Rio-Santos, em Maresias, indo para a Barra do Sahy, onde aconteceu a maioria das mortes e dos deslizamentos.

    No trajeto, avistaram um condomínio completamente inundado e com carros boiando e pararam para conversar com pessoas que ali viviam. Elas indicaram para que os dois fossem no conjunto ao lado, onde a situação estava pior. Ambos são abertos e com livre acesso para o público.

    Ao chegar no residencial, Queiroz pediu autorização para os funcionários que trabalhavam na drenagem de água do local para fotografar e foi prontamente atendido. Cafardo ficou do lado de fora.

    Durante isso, cinco homens e uma mulher saíram da localidade e a questionaram: “De onde você é minha senhora?” E ela prontamente respondeu: “Sou do jornal O Estado de S. Paulo”.

    Após ouvir sua afirmação, a mulher começou a bradar para que a jornalista saísse do local. Outro homem começou a ofender o jornal, com discurso político, e a repórter pessoalmente, e a empurrou para sair dali.

    Quando o fotojornalista deixou o condomínio, outro grupo o cercou e pediu para que ele apagasse as imagens. No momento, Cafardo pegou o celular e disse que estava filmando. Entretanto, ela não havia apertado o botão para começar a gravação.

    Quando a repórter disse isso, um homem veio para cima, tentando pegar seu celular e a empurrou em uma área completamente alagada. Depois disso, pessoas vieram para ajudar e dizer que ele estava batendo em uma mulher.

    “Retratamos tudo o que estava acontecendo. Ninguém parou de trabalhar por causa daquilo. É algo que não pode ficar impune. A gente continuou fazendo o nosso trabalho, mas precisa ser denunciado. Esse tipo de agressão vem se multiplicando. Temos visto casos se repetirem ao longo do último mês e dos últimos anos, cada vez mais violência contra jornalistas”, declarou Cafardo.

    (*Publicado por Douglas Porto)