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    Jeff Machado estava desesperado pelo sucesso, por isso virou vítima perfeita, diz promotor do caso à CNN

    MPRJ diz que suspeitos agiram para matar o ator durante uma relação sexual. O intuito era obter vantagens financeiras da vítima 

    Diego Mendesda CNN

    São Paulo

    O assassinato de Jeff Machado ganhou repercussão nas últimas semanas pelo requinte de crueldade empregado na morte da vítima, cujo corpo foi encontrado em um baú enterrado sob dois metros de concreto.

    A CNN ouviu neste domingo (4) o promotor de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Sauvei Lai, que atua no Caso Jeff Machado. Segundo ele, qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade, de desespero, é um alvo fácil, e foi exatamente nessa situação que o Bruno Rodrigues aproveitou da vítima.

    “Bruno percebeu que a vítima estava desesperada para alcançar sucesso na sua carreira artística. Além disso, por ser uma pessoa numa situação de fragilidade, era mais fácil de se manipular, de se convencer.”

    Segundo o MPRJ, os suspeitos agiram para matar o ator durante uma relação sexual. O intuito era obter vantagens financeiras da vítima.

    Jeander Vinícius da Silva, um dos suspeitos de matar o ator Jeff Machado, foi preso na manhã de sexta-feira (2) em Santíssimo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O segundo suspeito, Bruno Rodrigues, é considerado foragido até a manhã deste domingo (4) e está sendo procurado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

    Lai diz que a premeditação, como na maioria dos casos de homicídio, foi por conta de questões financeiras. A vítima estava desesperada para deslanchar na carreira, e Bruno, como era produtor de TV, teria oferecido uma vaga em uma novela, mediante a um pagamento de R$ 18 mil.

    “A vítima foi morta três dias antes do suposto início das gravações. Por isso, Bruno decide matá-lo, sabendo que seria desmascarado. Ele faz isso de uma forma planejada, o que agrava a pena. Ele aluga uma casa, um mês antes — casa onde ele inclusive enterra a vítima e depois enterra a dois metros de profundidade.”

    O promotor enfatiza que a motivação é eminentemente financeira e patrimonial, não só por conta dessa dívida de R$ 18 mil, pois logo em seguida, após o assassinato, Bruno ainda faz saques e compras no cartão de crédito da vítima. “Ele tenta vender não só o carro de Jeff, mas o imóvel também. Com isso, desperta suspeita da família, que procura a Polícia Civil do Rio de Janeiro.”

    Ele afirma ainda que as investigações ainda não finalizaram, mas está caminhando para o fim. “Ainda temos que apurar certos detalhes do crime, capiturar o Bruno, mentor e principal executor. Por enquanto, temos um homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, pela premeditação, por meio que dificultou a defesa da vítima. Bruno dopou a Jeff para logo em seguida enforcá-lo. A vítima foi morta por asfixia, outra circunstância qualificadora.”

    Além disso, cita também o crime de ocultação de cadáver — o que configura pena de até três anos — e crime de estelionato, que foi a motivação do crime.

    “Temos que prestar atenção nisso. Cada fraude, cada golpe tem uma pena de cinco anos. É a lei da falsa identidade. Ele rouba a identidade da vítima, se passa pela vítima não só para os familiares e amigos.”

    A CNN entrou em contato com a defesa de Bruno Rodrigues e aguarda o retorno.

    *Produzido por Bárbara Brambila