Isolamento em SP fica abaixo da meta na Páscoa, mas Doria comemora índice de 59%
Neste domingo, 59% dos paulistas aderiram ao distanciamento social, patamar superior aos 47% da quinta-feira, mas ainda distante da meta de 70%
A taxa de isolamento social no estado de São Paulo voltou a subir neste domingo (12), quando foi comemorado o feriado da Páscoa, e o índice chegou a 59%. O número ainda está distante da meta de 70% estipulada pelo infectologista David Uip, que coordena o combate ao novo coronavírus em São Paulo, mas foi considerado uma “boa notícia” por Uip e pelo governador João Doria (PSDB).
“É um índice extremamente importante no mundo democrático”, disse Uip. Os percentuais registrados no final de semana, acima de 55%, são maiores dos que os 47% registrados no último dia útil para o qual há dados consolidados, a quinta-feira (9).
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A meta oficial ainda não foi atingida em nenhum dia no estado desde que esse monitoramento, feito a partir de informações de antenas das operadoras de celular, passou a ser feito, há duas semanas. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, as informações são analisadas em bloco.
Das 52 cidades monitoradas, apenas três superaram o patamar: Itatiba, com 71%; Ribeirão Pires, com 72%; e Itapecerica da Serra, com 76%. O estado de São Paulo tem 645 municípios.
Foco de disseminação do coronavírus no estado, a capital paulista registrou neste domingo um patamar levemente inferior ao restante. A adesão ao distanciamento social foi de 58% entre os paulistanos. O governo do estado voltou a afirmar nesta segunda-feira (13) que, caso a meta não seja atingida, “o número de leitos disponíveis no sistema de saúde não será suficiente para atender a população”.
Vigilância Sanitária
Depois de cogitar, na última quinta-feira, o uso da Polícia Militar para garantir o isolamento social no estado, o governador João Doria disse que serão agentes da Vigilância Sanitária que devem começar a visitar comércios e outros estabelecimentos não essenciais que insistem em ficar abertos em meio à quarententa contra o novo coronavirus. O que a PM fará é dar apoio a esses agentes.
Doria havia recebido críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após o anúncio da medida, classificada como autoritária, e chegou a ser alvo de um protesto na avenida Paulista neste fim de semana. O governador disse que as críticas vinham de “pequenos grupos” e afirmou que não está “preocupado” com essas manifestações, “que têm espírito político”. “A elas, o meu distanciamento. Prefiro ficar com a medicina”, disse Doria.
*Com Estadão Conteúdo