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    Investigação sobre desvios de vacina contra Covid-19 no Amazonas está parada

    Promotores dizem que indefinição sobre a competência para apurar as suspeitas de fraude permitiu que pessoas fora dos grupos prioritários se beneficiassem

    Profissional de saúde prepara seringa com vacina contra Covid-19
    Profissional de saúde prepara seringa com vacina contra Covid-19 Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

    Leandro Resendeda CNN

    Um impasse processual paralisou as investigações do Ministério Público do Amazonas sobre desvios das vacinas contra coronavírus no estado. A indefinição sobre a competência para apurar as suspeitas de fraude, se federal ou estadual, travou as apurações e permitiu que um número maior de pessoas fora dos grupos prioritários se beneficie dos imunizantes contra a Covid-19, de acordo com relatos de promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) feitos à CNN.

    No dia 25 de janeiro, o MP pediu a prisão do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), investigado por fraudar a fila de vacinados na cidade e usá-las para interesses particulares. Até agora a Justiça ainda não analisou o caso: a primeira decisão, do desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos, foi por não decidir sobre o mérito do pedido e enviar o caso para o caso ao Tribunal Regional Federal da 1.ª Região.

    O MP estadual recorreu, mas o caso continua nas mãos da Justiça Federal. No entanto, o entendimento do Ministério Público Federal é de que a competência para investigar esquemas que teriam sido montados para furar a fila da vacinação são de responsabilidade do Ministério Público Estadual.

    Em um despacho de duas páginas, obtido pela CNN, o MPF do Amazonas afirma que não é sua responsabilidade investigar esquemas de desvios de vacinas contra a Covid-19. “Nos termos do Plano Nacional de Imunização é atribuição dos Estados e dos Municípios a organização e programação detalhada da vacinação (…) Se trata, assim, de hipótese de aplicação do Enunciado 18 da 5a CCR: “Tratando-se de questão relacionada a interesse estritamente municipal ou estadual, não compete ao Ministério Público Federal adotar providências”.

    Segundo as investigações, dezenas de pessoas que têm ligações com o prefeito e têm relação com o alto escalão da Prefeitura de Manaus, e não fazem parte dos grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19 receberam os imunizantes na frente de outras pessoas. O esquema envolveria a Prefeitura e outras secretarias de Manaus

    A CNN pediu um posicionamento para o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas e para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

    O prefeito de Manaus David Almeida nega as acusações e se diz “profundamente indignado” com a ação do MP.