Inverno: saiba como será a estação com os impactos do El Niño

O inverno começa nesta quarta-feira (21), mais precisamente às 11h57, pelo horário de Brasília. No Brasil, a estação será mais quente neste ano, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O aumento nas temperaturas está associado à formação do El Niño. O fenômeno atmosférico causa um aquecimento fora do normal das águas do Oceano Pacífico na parte equatorial, o que por sua vez influencia a superfície da água e o clima de outras partes do globo. Já o fenômeno La Niña está relacionado à redução da temperatura das águas do Pacífico também na parte equatorial.

“A principal consequência para o nosso inverno é a temperatura ficar, em média, um pouco acima do normal, principalmente na região central do Brasil”, disse o meteorologista Gilvan de Oliveira, do Inpe, em comunicado.

O aumento das temperaturas no período seco como consequência do El Niño eleva o risco de queimadas, segundo o pesquisador. “Temos que ficar atentos com o tempo seco e temperaturas um pouco mais altas e o risco maior em relação ao aumento de queimadas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, principalmente no Cerrado brasileiro”, afirmou.

Inverno menos rigoroso

Com a chegada do El Niño, a atmosfera também fica mais quente. O efeito sobre o aquecimento incomum da água do Pacífico também altera as correntes de vento observadas em torno de 10 quilômetros de altitude. Essas correntes de jato determinam o deslocamento de massas de ar frio da Antártica, que influenciam o tempo na América do Sul.

O fenômeno dificulta a entrada do ar frio sobre o Brasil. Nesse cenário, o inverno deve ser menos rigoroso que a média. Estão previstos picos de frio intenso de curta duração.

Frentes frias vão chegar ao país ao longo do inverno, mas poucas com ar frio polar suficientemente forte para alcançar o interior do país e esfriar o Centro-Oeste e o interior do Sudeste, por exemplo.

Solstício de inverno

O solstício de inverno marca o início da estação mais fria do ano. No evento astronômico, o hemisfério Sul recebe menor incidência de radiação solar que o hemisfério Norte.

“O caminho que o Sol faz no céu é mais baixo e, com isso, uma temperatura mais fria, porque os raios solares não estão incidindo diretamente no nosso hemisfério”, explica a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, em comunicado.

“A gente nota a aproximação do inverno justamente porque antes do dia do solstício as temperaturas vão diminuindo por conta da inclinação dos raios solares. As poucos os dias vão ficando menores e as noites maiores. O sol está nascendo mais tarde e se pondo mais cedo”, acrescentou.

(Com informações do MCTI e da Climatempo)