Influenciadoras que entregaram banana e macaco de pelúcia a crianças negras viram rés
Em vídeo publicado nas redes sociais, as acusadas faziam espécie de “jogo” oferecendo dinheiro ou presente no RJ
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tornou rés as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves que entregaram uma banana e um macaco de pelúcia para crianças negras.
A decisão da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo ainda proibiu que as acusadas filmem vídeos entregando a crianças e/ou adolescentes bananas, macacos de pelúcia ou quaisquer outros objetos associados à cor da pele ou raça negra, ainda que a pretexto recreativo.
As influenciadoras também ficam proibidas de divulgar ou postar nas redes sociais qualquer vídeo enquadrado nessas condições.
A juíza Simone de Faria Ferraz afirmou no documento que “a prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas”.
A magistrada disse também que tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas. E, além disso, os atos foram filmados e postados na internet, “sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas, em situação de vulnerabilidade”, completou.
Segundo o documento da decisão, as denunciadas também estariam buscando promoção pessoal e social, através das ações filmadas e postadas no aplicativo “Tik Tok”.
O mandado de intimação das medidas cautelares foi enviado e as rés devem responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias.
A CNN tenta encontrar a defesa das influenciadoras.
Relembre o caso
Um vídeo, que não está mais disponível nos canais, divulgado pela advogada Fayda Belo, mostrava as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves que faziam uma espécie de jogo com duas crianças negras e perguntavam se elas preferiam dinheiro ou um presente.
As crianças escolheram os presentes e as mulheres entregaram uma banana a uma das crianças e um macaco de pelúcia a outra.
O Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu mais de mil denúncias relacionadas ao caso.
As autoras do crime divulgavam conteúdos no Instagram, TikTok e YouTube e reuniam mais de 13 milhões de seguidores.