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    Indígenas rendem garimpeiros em território Yanomami de Roraima

    Vídeo mostra grupo sendo escoltado até agentes da Força Nacional

    Carolina FigueiredoElijonas Maiada CNN

    Indígenas capturaram, nesta terça-feira (23), um grupo de 12 garimpeiros que estava em Terra Yanomami na região do Homoxi, em Roraima. Segundo a Urihi Associação Yanomami (UAY), os invasores foram escoltados até agentes da Força Nacional que estão no território.

    Os indígenas relataram que fizeram isso por estarem “presenciando o seu único meio de consumir água ser contaminado por mercúrio, em razão da presença dos garimpeiros na localidade”.

    Em um vídeo que registrou o momento, é possível ver um grupo com 12 garimpeiros, a maioria homens, chegando a pé ao local onde havia uma equipe da Força Nacional. Em seguida, os indígenas aparecem com flechas e espingardas.

    Em nota, a Urihi afirmou que informou imediatamente os órgãos federativos e aguarda um retorno sobre a retirada dos invasores da localidade. “A morosidade da extrusão de garimpeiros nas regiões mais isoladas do território tem sujeitado suas comunidades à violência de criminosos, com especial impacto sobre os seus meios de sustentabilidade”, diz a nota.

    A CNN apurou que os garimpeiros serão levados de aeronave por agentes da Força Nacional, na manhã desta quarta-feira (24), até a superintendência da Polícia Federal em Boa Vista.

    Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas disse que, desde o fim de fevereiro, quando foi iniciado o trabalho conjunto de 31 órgãos e instituições do Governo Federal sob a coordenação da Casa de Governo de Roraima, foram feitas 442 operações de combate ao garimpo.

    “O Governo considera que a destruição da logística e dos materiais usados no garimpo é a forma mais eficiente de resolver a questão, aos poucos, já que se trata de um território imenso e de um problema complexo. Por isso, nos últimos dois meses, foram destruídos 75 acampamentos de garimpeiros, 263 motores usados nos garimpos, 57 geradores de energia, 17 balsas, 45 mil litros de óleo diesel e 15 toneladas de cassiterita. Também foram apreendidos 115 kg de mercúrio e 28 antenas de internet Starlink; todos itens utilizados nos garimpos”, diz a nota.

    A CNN também entrou em contato com o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sobre o ocorrido e aguarda retorno.

    Região é uma das mais afetadas pelo garimpo

    Em março do ano passado, uma operação conjunta do governo federal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, resultou na desmobilização de 137 acampamentos clandestinos de apoio logístico a garimpeiros ilegais e invasores. Na ocasião, o governo retomou o controle da comunidade Homoxi, que é uma das regiões com maior presença de garimpo ilegal na TI Yanomami.

    Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma crise humanitária. Em 20 de janeiro do ano passado, o governo federal declarou situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional diante da crise sanitária e humanitária instalada no território indígena. Ao longo de 2023 diversas operações foram realizadas.

    Entre as ações do Ministério da Saúde no território Yanomami destacam-se a ampliação do número de profissionais em atuação no território; a realização de testes em massa e busca ativa para detecção de malária; a criação dos primeiros Centros de Recuperação Nutricional na Casai e no Polo Base Surucucu; e a contratação de 22 nutricionistas e uso de 5 toneladas de fórmulas nutricionais com apoio da Unicef.

    Por outro lado as forças de segurança atuaram de forma ostensiva pra retirar os invasores da terra indígena.

    Para a Urihi Associação Yanomami, é preciso salientar que a realização de operações apenas para destruir materiais e máquinas “torna-se inefetiva se não acompanhada de monitoramento e estratégias especificas nos pontos de entrada do território”.

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