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    Imagens viralizadas serão fundamentais para investigar queda de avião, diz ex-Cenipa à CNN

    Conforme Ferreira e demais especialistas que comentam queda, ainda é impossível indicar qualquer dos fatores contribuintes para o acidente

    Danilo MoliternoRenata Souzada CNN São Paulo

    O coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, que foi chefe da Divisão de Investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), afirmou em entrevista à CNN que as imagens viralizadas na internet mostrando a queda do ATR 27-500 em Vinhedo (SP) serão fundamentais para as investigações sobre o acidente.

    Conforme Ferreira e demais especialistas que comentam o caso, ainda é impossível indicar qualquer dos fatores contribuintes para o acidente, que deixou 62 mortos. “O que temos até agora são os fatos: o avião caiu e, com o advento da tecnologia, há uma série de imagens mostrando a maneira como isso aconteceu”.

    “Colabora muito [para a investigação]. Ter aquela cena permite fazer uma análise sobre as tentativas do piloto. Há o barulho sendo emitido pelo avião, além disso”, disse. As imagens mostram o avião em condição de “parafuso chato”, em rotação descendente em espiral, mas com pouca inclinação do nariz.

    Rufino Antônio da Silva Ferreira coordenou no Cenipa as investigações da queda do Gol 1907, em 2006. O boeing 737 caiu após colidir no ar com um Embraer Legacy 600, o que resultou em 154 mortos.

    O especialista destaca que não é possível prever o tempo de investigação de um acidente, já que há considerável variação caso a caso. A partir de agora, em linhas gerais, o Cenipa reúne comissões de profissionais, coleta dados, na sequência analisa estes dados, e só então passa a ter suas primeiras conclusões.

    A investigação segue basicamente três linhas: a operacional, que vai olhar para questões como as manutenções do avião, plano de voo, e até metereologia; a humana, que analisará fatores ligados à vida dos pilotos, de profissionais do centro de comando, entre outros; e o material, para observar o avião, a infraestrutura aeroportuária, etc.

    Por conta destas nuances, estarão envolvidos profissionais das mais diversas áreas, de mecânicos a psicólogos. Uma investigação deste tamanho deve envolver dezenas de pessoas. O processo coordenado por Ferreira, por exemplo, contou com mais de 200.

    Vale destacar que a investigação do Cenipa não tem propósito criminal, mas é voltada a prevenir novos acidentes, a partir da análise de informações e obtenção de conclusões, incluindo a identificação dos fatores contribuintes para a ocorrência. Em paralelo com o processo da Cenipa, a autoridade policial realiza a investigação criminal.

    Além disso, o Cenipa não trabalha com a “causa” de acidente, mas com fatores contribuintes. “Causa” se refere a um fator que se sobressai, que seja preponderante, e a investigação não elege um fator como o principal.

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