Saeb e Ideb 2021: Alfabetização é a mais impactada pela pandemia
Covid-19 também provoca distorção nos dados de aprovação
O Ministério da Educação revelou os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2021, que apontam que a alfabetização foi impactada pela pandemia no país.
Em comparação ao período anterior à Covid-19, a maior queda de desempenho aconteceu com alunos do 2º ano do ensino fundamental — em período de alfabetização — na disciplina de língua portuguesa, segundo o Saeb.
No ano de 2019, a média registrada entre os estudantes foi de 750 pontos; já em 2021, a média caiu para 725,5. Isso significa, pela mostra dessa edição, que quatro em cada dez crianças que fizeram a prova não conseguem ler nenhuma palavra.
Além dos resultados imediatos, as consequências futuras da queda de rendimento dos alunos também preocupam os especialistas.
Efeito da pandemia
A pandemia também refletiu diretamente na taxa de aprovação total por município nos anos iniciais do fundamental.
No ensino fundamental, o percentual de aprovados passou de 91,7%, em 2019, para 98,4%, no primeiro ano da pandemia (2020). Em 2021, a taxa caiu para 96,3% (ainda 4,6 pontos percentuais acima do registrado em 2019). Já no ensino médio público, a aprovação passou de 84,7%, em 2019, para 94,4% em 2020. O percentual foi reduzido para 89,8% em 2021.
O aumento da taxa de aprovação, conforme os dados, se deve aos ajustes do Conselho Nacional de Educação (CNE) nos critérios de aprovação da educação básica durante a pandemia pelo prazo de dois anos. No período, houve adoção do “continuum curricular”, o que, na prática, resultou na não reprovação dos estudantes.
O Ministério da Educação reconhece que os dados eram esperados, inclusive a distorção provocada pela pandemia. Uma das consequências disso é que a complementação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) vai levar em consideração os números de 2019 e, não, de 2021.
“Essas perdas são decorrentes, tanto do longo período de escolas fechadas, como também de dificuldades históricas dos nossos sistemas educacionais”, afirmou o ministro da Educação, Victor Godoy.
*Com informações de Iuti Pitta, Giovanna Inoue e Gabriela Bernardes,