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    IBGE: 71% dos brasileiros se sentem seguros para andar sozinhos perto de casa

    Índice cai entre mulheres e em áreas com problemas sociais e com serviços públicos mal avaliados

    Pauline Almeidada CNN , Rio de Janeiro

    Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 71,2% das pessoas com mais de 15 anos se sentiam seguras para andar sozinhas nas redondezas de casa, no ano passado. Esse índice cai para 49,3% entre aqueles que foram vítimas de furtos nos últimos 12 meses, chegando a 37,6% entre vítimas de roubos.

    Os números são resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Sensação de Segurança de 2021, uma parceria do IBGE com o Ministério da Justiça. Pela primeira vez, o instituto investigou dados sobre o tema, a ocorrência de crimes, a confiança das pessoas nas instituições e ainda mudanças de hábitos por conta da insegurança.

    Sentir-se seguro para andar sozinho nas proximidades de casa também mostra uma disparidade entre homens, grupo em que a taxa chega a 75,8%, e mulheres, com 66,8%. O mesmo acontece com o quesito dia, com 79,7%, e noite, com 48,3%.

    O IBGE ainda notou diferenças entre as regiões do país. No Sul, a taxa de segurança para essa situação é de 82,9%, contra 62,5% no Norte.

    A PNAD mostra que a existência de serviços públicos no bairro em que a pessoa mora afeta a percepção. Nos lugares em que o policiamento é considerado bom ou ótimo, 80,8% dos entrevistados disseram se sentir seguros para andar sozinhos nas redondezas, índice que cai para 60,9% onde o serviço é avaliado como ruim ou péssimo.

    A diferença entre a existência ou não de estrutura pública também trouxe impactos na iluminação pública (75,4% X 61%), transporte coletivo (74% X 61,4%) e creches ou escolas públicas (58,3%).

    A sensação de insegurança ainda aumenta diante de problemas sociais. Nos locais com pessoas em situação de rua, 57,3% dizem se sentir tranquilos em andar sozinhos, contra 75% em pontos onde esse grupo não é encontrado. Em pontos com usuários de drogas, 59,6% dizem se sentir seguros, contra 78,1% onde eles não são vistos.

    A ocorrência de crimes na região foi outro fator com efeitos. A sensação de segurança cai para 45% em pontos com extorsão, para 46,1% onde pessoas andam armadas, 47,5% em pontos com roubos e 49,4% em áreas com trocas de tiros.

    O IBGE também analisou como a sensação de confiança nas instituições afeta o cidadão. Entre os que confiam na Polícia Militar, 77,9% se sentiam seguros para andar sozinhos nas redondezas de casa, taxa de 58,2% entre os que não confiam na corporação.

    Devido ao medo de serem vítimas de crimes, os entrevistados mostravam mudanças de hábitos: 56,7% evitavam chegar ou sair muito tarde de casa; 53,2% evitavam caixas eletrônicos à noite; 51,2% evitavam usar celular em locais públicos; 49,9% evitavam lugares com poucas pessoas; 49,2% evitavam falar com pessoas desconhecidas; e 42,8% evitavam usar relógio, joia ou outro objeto de valor.

    A PNAD apresentada nesta quarta-feira também trouxe pela primeira vez números de furtos e roubos. No ano passado, 2,9 milhões de domicílios tinham ao menos um morador vítima de furto nos últimos 12 meses, cerca de 4% dos lares do país.

    Já em relação ao roubos, são 1,5 milhão de casas com pelo menos uma vítima nos últimos 12 meses, cerca de 2% das casas brasileiras.

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