Homem que manteve mulher em cárcere e a torturou por 48 horas é denunciado

O homem que manteve a ex-companheira presa e a torturou por 48 horas foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelos crimes de tentativa de feminicídio qualificado e cárcere privado. Ele está preso de forma preventiva.

De acordo com a denúncia, no dia 4 de março deste ano, Wallace Ribeiro Gonçalves, conhecido como Chorão, invadiu a residência da vítima durante a madrugada e começou uma sessão de violência contra a mulher, após o fim do relacionamento do casal.

Ainda de acordo com Ministério Público, Wallace desferiu diversos golpes com um pedaço de madeira e depois com um martelo contra a cabeça, rosto, corpo e mãos da vítima, que estava amordaçada e amarrada em uma cadeira e só conseguiu fugir do local porque, num momento de ausência do denunciado, uma prima chegou, a desamarrou e a levou ao hospital.

Em trecho do pedido de prisão preventiva, a promotoria classifica o crime como “hediondo, crime de ódio, que denota o ápice da misoginia contra uma mulher, cujas estatísticas vêm aumentando significativamente de forma alarmante no mundo inteiro e notadamente no estado do Rio de Janeiro, como evidenciado no Dossiê Mulher 2023, a demandar efetiva repressão”.

Violência contra a mulher

Segundo o estudo, divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, por hora, 14 mulheres foram vítimas de violência no estado, em 2022. Além disso, segundo o levantamento, mais de 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no Rio. Nesse tipo de violência, os autores dos crimes eram companheiros ou ex-companheiros dessas mulheres.

Eles também são os principais autores (80,2%) dos casos de feminicídio. Em 2022, 111 mulheres foram vítimas de feminicídio no Rio. Dessas, 70 já tinham sido vítimas de algum tipo de violência.