Homem morto em saída de chá de bebê foi denunciado por integrar o PCC
A CNN apurou com o MP de SP que ele há a suspeita de que seja um dos aliados de Marcola, líder da facção
Um homem foi morto na noite deste domingo (25) na cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo. Donizete Apolinário da Silva foi assassinado quando saída de um chá de bebê na cidade.
Sua esposa, que estava grávida, e sua enteada, de 10 anos, ficaram feridas e foram socorridas para um hospital da cidade. Foi solicitada perícia ao local e exames de IML. O caso foi registrado como homicídio tentado e consumado no 1º DP de Mauá.
A CNN apurou com o Ministério Público de São Paulo que há a suspeita de que o homem é o “Prata”, suspeito de ser um dos aliados de Marcos Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Conforma a apuração da CNN com o MP, Donizete seria um dos responsáveis pelo “tráfico interno” do PCC (dentro do estado de São Paulo) e comandava um setor na facção que era responsável por organizar os pontos de vendas de drogas da organização criminosa.
Ainda segundo o Ministério Público, Donizete Apolinário já foi denunciado por integrar o PCC. A denúncia aconteceu em 2013 e incluía o nome de Marcola e outros 174 integrantes da maior facção criminosa do Brasil.
A morte de Donizete foi filmada por uma câmera de segurança na rua onde o crime aconteceu.
Guerra interna no PCC
Uma das maiores facções criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), enfrenta um “racha” em sua cúpula, também conhecida como a “sintonia final”, segundo avaliação do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, de Presidente Prudente, no interior do São Paulo.
Desde 2006, o promotor, que integra o grupo que faz parte do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), se dedica a processos que investigam o PCC e destaca o momento inédito vivido pela facção.
Segundo Gakya, a origem da divisão na facção aconteceu após um “salve”, que partiu dos líderes Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka – excluindo e decretando a morte de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como o líder máximo da facção paulista, por traição, má conduta e “caguetagem”.
A ordem para matar o homem apontado como líder máximo da facção, que tem penas que ultrapassam mais de 500 anos de prisão, teria contado com a participação de outro criminoso da cúpula da facção, Wanderson de Paula Lima, o Andinho.
Para o decreto, os criminosos se basearam em uma conversa entre Marcola e um advogado, que foi vazada e usada no júri de Roberto Soriano, o Tiriça. No diálogo, Marcola teria chamado o então aliado de psicopata pelo envolvimento na morte de uma psicóloga.