Homem é preso em SP com explosivos usados para ataques a caixas eletrônicos
Suspeito havia falado em bar que levaria bombas para o Fórum da Barra Funda


Ramiro Málaga, peruano, de 36 anos, foi preso na tarde de ontem, no centro de São Paulo, quando transportava explosivos. De acordo com a Polícia Civil, os artefatos têm as mesmas características dos usados em pedreiras e são desviados pelo crime organizado para explosão de caixas eletrônicos e carros fortes.
A polícia civil informou que equipes que trabalham no combate a crimes patrimoniais – como roubo a banco – receberam a informação de que um homem estava em um bar localizado na Alameda Barros, região central da cidade, falando que levaria explosivos para o fórum da Barra Funda.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado no 2° DP, dois policiais que já estavam no caso, foram para o bar e passaram a acompanhar o suspeito. Quando o homem saiu do estabelecimento e entrou em um táxi, houve uma breve perseguição, que terminou quando o motorista do veículo obedeceu a ordem de parada.
No banco de trás do carro, foi encontrada uma mala com 16 explosivos e 8 conjuntos que são usados para acionar as bombas. O homem não disse de onde ele havia pegado os explosivos e foi preso em flagrante. O taxista foi liberado, pois não sabia o que estava levando.

Esquadrão antibomba acionado
Por se tratar de material que envolve risco de manuseio, equipes do Grupo Especial de Reação (GER), equipados com roupas especiais e usando um braço robótico, retiraram as bombas em segurança e apreenderam o material.
Já na delegacia, foi realizada uma análise no conteúdo de uma das bisnagas e foi possível identificar que o explosivo era feito à base de nitrato de amônio, sendo 100% semelhante com o registro existente no banco de dados do equipamento.
Uso, armazenamento e desvio de bombas
A CNN conversou com o delegado Alexandro Oliveira, que é supervisor do GER, e ele explicou as características dos explosivos e também falou sobre o uso desse tipo de bomba que foi apreendido.
“São explosivos de uso comercial, regularmente fabricados, eles têm uma série de elementos de segurança para fazer rastreamento do produto, mas a criminalidade tenta apagar isso”, explicou o delegado.
No que diz respeito a eventual desvio, que ainda será apurado no decorrer da investigação, o delegado falou que pedreiras que fazem demolição que compram esse tipo de material e que há uma necessidade de armazenar em local seguro para que os artefatos não sejam usados pelo crime organizado.
“Esses explosivos detonam em altíssima velocidade e conseguem causar danos bastante pesados. São utilizados para explodirem caixas eletrônicos e portas de carro forte, mas somente a espoleta com a emulsão não é suficiente para utilização em sua forma integral”, finaliza.