Homem é condenado a 27 anos de prisão por agredir morador de rua até a morte no interior de SP
Justiça considerou também o ato de resistência à ação dos policiais
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou nesta quarta-feira (10) Janderson de Sousa Silva a 27 anos de 10 meses de prisão por ter agredido um morador em situação de rua até a morte. O crime aconteceu em 2023, e foi motivado por uma dívida em dinheiro.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Janderson havia emprestado R$ 50 à vítima Miguel Camilo de Souza Neto, que vivia em situação de rua. No dia 1º de fevereiro de 2023, ambos se encontraram na Avenida Orestes Quércia, em São Joaquim da Barra (SP), quando o criminoso exigiu a devolução do dinheiro.
Durante a discussão, o condenado deu uma sequência de socos e chutes na cabeça da vítima mesmo quando Miguel já estava deitado no chão, sem oferecer resistência.
Mesmo após a chegada dos policiais militares ao local, Janderson continuou a agredir Miguel e resistiu à abordagem dos agentes até eles conseguirem contê-lo e algemá-lo. Ainda assim, a vítima não resistiu aos ferimentos.
A ação que resultou na condenação foi ajuizada pela promotora Nathália Piola, e levou Janderson ao plenário do júri, órgão do judiciário responsável por julgar crimes dolosos (intencionais) contra a vida. Na ocasião do julgamento, quem atuou foi o promotor Felipe Ribeiro Santa Fé.
Na decisão condenatória obtida pela CNN, o juiz Augusto Rachid Bittencourt afirmou que Janderson é extremamente agressivo e demonstra “evidente insensibilidade e frieza emocionais, indicando personalidade maculada”.
A sentença também informou que Janderson confessou espontaneamente o cometimento do crime. Quando questionado sobre o caso, ele respondeu que “dei uma pá de bica nele mesmo!”.
Assim, o TJSP condenou Janderson por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel, e por ter oferecido resistência à abordagem dos policiais. Além disso, foi considerado que Janderson apresenta reincidência e mais três condenações anteriores por roubo e lesão corporal.
À CNN, o advogado de defesa Lucas Magalhães de Oliveira afirmou que pretende recorrer da sentença. Segundo ele, as penas fixadas foram exacerbadas e não foram fundamentadas adequadamente.