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    Helicóptero desaparecido: “Estamos à base de remédios”, dizem familiares de passageiras

    Aeronave saiu do aeroporto Campo de Marte em direção a Ilhabela no dia 31 de dezembro e ainda não foi encontrada

    Duda Cambraiada CNN

    No oitavo dia de buscas pelo helicóptero que desapareceu rumo ao litoral norte de São Paulo, familiares das vítimas tentam lidar com a angústia durante a espera por notícias sobre os quatro passageiros que estavam a bordo da aeronave.

    Sidney dos Santos, que é pai de Luciana Marley Rodzewics Santos, 46 anos, e avô de Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20, relata estar à “base de remédios” enquanto aguarda notícias.

    “Está sendo terrível aqui para família. A gente não se alimenta, não dorme. Estamos à base de remédios, naquela expectativa que deixa a gente cada vez mais angustiante”, relata Sidney dos Santos, pai de Luciana e avô de Leticia.

    A família recebeu a equipe da CNN no último domingo (7) na casa onde Leticia mora com os avós, no bairro do Limão, na capital paulista.

    Neusa Rodzewics, mãe e avó das desaparecidas, compartilha da dor do marido. “É muito angustiante viver sem uma resposta, sem saber o que está acontecendo. Estou vivendo à base de remédio, está muito difícil de raciocinar, mas eu não perdi as esperanças, eu creio que elas vão voltar”.

    Leticia mora com os avós e trabalha como manicure, atendendo em casa. A avó falou à CNN do quarto da neta. Emocionada, Neusa se orgulha de ter a companhia de Leticia em casa: “Graças a Deus ela mora comigo, aqui é o cantinho especial dela”.

    “Ela é uma menina educada, amorosa, muito preocupada comigo. Ela sempre me acompanha aonde eu vou”. “E uma menina de ir da igreja para casa”, acrescentou.

    “Se ela falar que vai ficar uma semana sem tomar água, ela fica. Ela consegue, ela tem uma fé tão grande que ela consegue. E, através dessa fé, eu creio que ela esteja viva, se mantendo em pé devido à fé”, relata a avó.

    Em meio à esperança, existe também a angústia de não saber o estado da filha e da neta. “Está sendo muito difícil para mim, não desejo a ninguém”, desabafa Neusa.

    “Ela ‘tá’ passando fome, ela ‘tá’ passando frio, está sem comer. É angustiante, porque ela não levou roupa, não levou nada. Só levou uma mochila. Ela disse: ‘vou almoçar com minha mãe e retorno à noite, vó’”.

    Esperança de reencontrar mãe e filha

    A Força Aérea Brasileira (FAB) continua nas buscas pelo helicóptero e, até domingo (7), os militares tinham cumprido, aproximadamente, 56 horas de voo. A área total de buscas é de 5.000 quilômetros quadrados.

    Mesmo sem notícias sobre a localização do helicóptero, a família das passageiras não perdeu a esperança de reencontrar Luciana e Leticia com vida.

    “Tenho 99% de certeza que elas estão vivas. Porque elas são muito fortes, guerreiras. Se tiver que ficar dez dias sem comer, elas vão ficar”, relata Silvia Santos, irmã de Luciana e tia de Leticia.

    Família unida

    A matriarca Neusa Rodzewics relatou à CNN que a família sempre foi muito unida. “Nos encontramos nos almoços de domingo. Somos muito unidos e muito festeiros, a família está sempre junta”.

    Silvia conta que sempre se reúne com a irmã Luciana para fazer almoço. “Ela gosta de cozinhar, somos muito próximas. A Leticia é como uma filha para mim, foi minha primeira sobrinha. Eu só não pari, mas sou mãe de coração”.

    Desaparecimento do helicóptero

    Um helicóptero, que seguia para Ilhabela, no litoral de São Paulo, desapareceu no domingo (31), véspera do Réveillon, informou a Polícia Militar (PM) de São Paulo.

    Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, sua filha, Letícia Ayumi Rodzewics Sawunoto, de 20, e um amigo, identificado como Raphael Torres, estavam no helicóptero, além do piloto, Cassiano Tete Teodoro.

    Luciana e Letícia teriam recebido o convite de Raphael para fazer um passeio na aeronave.

    Segundo a PM, o helicóptero decolou às 13h15 do aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, no dia 31. O último contato foi às 15h10.