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    Em uma semana, busca por leitos de UTI cresce 39% no Rio

    Estado bateu recorde de internação nessa semana e tem 313 pacientes aguardando na fila para tratamento do coronavírus

    Enfermeira trata paciente com Covid-19 na UTI de hospital
    Enfermeira trata paciente com Covid-19 na UTI de hospital Foto: Amanda Perobelli/Reuters (3.jun.2020)

    Isabelle Resende e Stéfano Salles, da CNN, no Rio de Janeiro

    Segundo dados da Central de Regulação, a busca por vagas em leitos de UTI no Rio de Janeiro registrou crescimento significativo na última semana. De 7 a 13 de março, foram 913 internações em leitos de UTI para Covid-19 e 649 em enfermaria – aumento de 38,96% para UTIs e 56,38% para leitos de enfermarias em uma semana.

    De 28 de fevereiro a 6 de março, 657 pessoas foram internadas no Rio em uma UTI destinada para Covid-19 e 412 estavam em leitos de enfermaria.

    Há 17 dias, a procura de leitos de UTI para Covid-19 é maior que a de leitos de enfermaria no Rio. O estado também bateu, na última segunda-feira (15), recorde de pedidos de internação de pacientes com confirmação ou suspeita da Covid 19. Para ter uma ideia, em um dia, foram 341 pedidos de internação para leitos de UTI e também de enfermaria, o maior número desde maio do ano passado. Até às 19h30 de terça-feira (16), 313 pacientes aguardavam na fila por um leito na rede pública do estado.

    De acordo com dados das Secretarias de Saúde, a taxa de ocupação de leitos para Covid no estado está em 81,2% e 87% na capital.

    Para o médico e professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Mario Roberto Dal Poz, seria necessário o endurecimento das medidas de restrição, por pelo menos 15 dias para tentar conter a circulação do vírus. Dal Poz explica que não adianta restringir o horário de circulação de pessoas, “porque enquanto houver pessoas em circulação, independente do horário, o vírus continua circulando”. O especialista critica ainda a falta de coordenação das ações entre o Estado e os 92 municípios.

    “Não adianta a cidade do Rio restringir a circulação de pessoas e a prefeitura de Duque de Caxias, por exemplo, não adotar nenhuma medida para conter o avanço da doença. Ainda assim, as pessoas continuam circulando entre as cidades”, afirma o especialista, que também chama a atenção para a questão do transporte público. Para ele, o escalonamento dos setores econômicos para evitar aglomeração, principalmente, nos ônibus, não é suficiente. Além do escalonamento, é preciso que mais coletivos sejam colocados circulando nas ruas para que não haja superlotação. E o que vemos é justamente o contrário.

    Pesquisadores da Fiocruz defendem que o Rio de Janeiro implemente medidas restritivas mais rígidas e destacam a necessidade de avaliação de lockdown para os municípios com os leitos de UTI com 80% da capacidade já comprometidos. O grupo também reforça a necessidade do uso de máscara – mesmo para os que já estão vacinados, pois o vírus continua circulando, sobretudo as novas cepas – e ressalta a importância de as autoridades públicas acelerarem o processo de vacinação.

    Nesta terça-feira, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio de Janeiro (Arpen/RJ) divulgou um dado alarmante: O número de óbitos registrados em Cartórios no ‘ano da pandemia’, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 177.165 mortes, um total de 50.536 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 39,9% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,6%, totalizando 38,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 21,3% no número de falecimentos.