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    Governo enviará reforço de 149 brigadistas para combater incêndios no Amazonas

    Estado contabilizou 1.634 focos de calor na quinta-feira (12). Ministra do Meio Ambiente diz que o principal vetor é o desmatamento

    Brenda Silvada CNN , Brasília

    O governo federal anunciou nesta sexta-feira (13) um reforço de 149 brigadistas para combater incêndios florestais no Amazonas. O local tem sofrido com seca e queimadas nas últimas semanas. Manaus, por exemplo, está coberta por fumaça.

    O anúncio ocorreu em coletiva de imprensa convocada para tratar do assunto, que contou com a presença dos ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

    Com o reforço, o Amazonas contará com 289 brigadistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no total.

    Entre as medidas em vigor, estão a doação de 200 kits de equipamentos para esses profissionais e a disponibilização de dois helicópteros.

    Segundo Marina Silva, o estado contou com 1.634 focos de calor na quinta-feira (12). No estado, o município com mais queimadas é Autazes, que fica no entorno da capital Manaus e contou com 141 focos de calor em apenas um dia.

    Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A ministra vê a situação como de “extrema gravidade” que envolve vários fatores.

    “O principal vetor das queimadas é o desmatamento. Não existe fogo natural na Amazônia. O fogo é feito propositadamente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e, depois, o ateamento de fogo”, afirmou.

    Marina ainda citou o fenômeno El Niño como um dos motivos para a situação do Amazonas. “A grande estiagem provocada pelo El Niño é agravada pelo problema da mudança do clima. Além disso, a matéria orgânica em grande quantidade ressecada, e o ateamento de fogo em propriedades particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa faz com que se tenha duas frentes de combate no estado do Amazonas”, explicou.

    Das 62 cidades amazonenses, 55 já estão com situação de emergência declarada pela Defesa Civil. Segundo o ministro Waldez Góes, outros cinco municípios também vão ter o estado de emergência reconhecido nesta semana.

    Para o chefe da pasta de Desenvolvimento Regional, um dos principais desafios no Amazonas é a logística para deslocamento das equipes de combate ao desmatamento e de resgate. Além disso, outros estados — como Mato Grosso, Acre, Tocantins e Maranhão — também contam com ações de apoio do governo federal.

    “São 3.534 brigadistas adequadamente treinados que estão sendo encaminhados para várias ações, inclusive sendo feitos remanejamentos. Nas áreas que temos chuva, nós estamos remanejando para as áreas que nós temos dificuldade de controle do fogo por parte dos estados”, explicou Marina Silva. Segundo a ministra do Meio Ambiente, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é que as pastas atuem em parceria com os estados.

    Poucas horas antes da coletiva, o ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou em redes sociais que a Polícia Federal (PF) tem trabalhado em uma operação que investiga responsáveis por queimadas ilegais na região metropolitana de Manaus e em outros municípios do Amazonas. “Estamos fortalecendo a presença da Força Nacional em apoio ao Estado, com anuência do governo estadual”, concluiu.

    Na quinta-feira (12), a Defensoria Pública do Amazonas entrou com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de intervenção federal no estado.

    A Defensoria indica ausência de ações por parte do governo do Amazonas para resolver os problemas que envolvem as queimadas e a seca. Em resposta, o governo do estado afirmou que tem atuado com rigor na situação e citou diversas medidas aplicadas.

    Veja também: Estiagem afeta quase 260 mil pessoas no Amazonas

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