Governo do RJ investiga infecção por HIV em pacientes transplantados
Secretaria de Saúde diz que casos são inadmissíveis e está dando a apoio a infectados
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) investiga a infecção de pacientes com HIV após receberam órgãos transplantados no Rio de Janeiro.
De acordo com reportagem veiculada inicialmente pela BandNews FM, seis pessoas contraíram a doença após passarem pelo procedimento. O caso foi confirmado pela CNN.
Dois doadores teriam feito exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense e os resultados apresentaram falso negativo.
A CNN confirmou que os testes foram realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, que possui sede em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O laboratório foi contratado pela Secretaria de Estado de Saúde para testar os doadores de órgãos. O contrato, firmado pela Fundação Saúde do RJ em dezembro de 2023, tinha duração de 12 meses e um valor total de cerca de R$ 11 milhões.
Segundo apurou a CNN, os infectados já estão cientes e órgãos de outros 288 doadores estão passando por nova testagem no estado.
É a primeira vez que algo do tipo ocorre no Brasil. Apenas no Rio de Janeiro, 16 mil pessoas já passaram por transplantes desde 2006.
Em nota enviada à CNN, a SES-RJ informou que uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados.
O laboratório contratado para realizar o exame nos doadores teve o contrato suspenso, e novos exames serão realizados pelo Hemorio.
“A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório”, explica o comunicado.
Após a divulgação do caso na imprensa, na manhã desta sexta-feira (11), o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, determinou a abertura de um inquérito para apurar o ocorrido. A investigação será tocada pela Delegacia do Consumidor (Decon), que cuida dos casos relacionados à saúde pública. Diligências já estariam sendo feitas.
O que diz o laboratório
Por meio de nota, o laboratório PCS Lab afirmou que abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades no caso e afirmou se tratar de um “episódio sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969”.
A empresa diz ter passado à à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à Fundação de Saúde do Governo do Estado. “Nesses procedimentos foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, acrescenta.
Por fim, o laboratório diz que “dará suporte médico e psicológico aos pacientes infectados com HIV e seus familiares; e reitera que está à disposição das autoridades policiais, sanitárias e de classe que investigam o caso”.
(Com informações de Pedro Duran e Rafael Saldanha)