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    Governador do AM vê inverno amazônico como agravante da pandemia da COVID-19

    Em entrevista à CNN, Wilson Lima falou sobre obras de hospital de campanha

    O estado do Amazonas vai ganhar um novo hospital de campanha, destinado às populações indígenas da região. Em entrevista à CNN, o governador Wilson Lima (PSC) explicou que a unidade se juntará a uma instalação que está em fase final de obras e vai ter capacidade de 400 leitos — este para a população em geral. 

    O novo hospital de campanha será administrado pela  Secretaria Especial de Saúde Indígena, vinculada ao Ministério da Saúde. O governador ressalta que a questão indígena é de responsabilidade do governo federal. 

    “Me preocupa o número de casos que têm crescido aqui no Amazonas. O número é exponencial e temos um agravante: estamos no período chuvoso, no inverno amazônico, e é exatamente o momento que temos a maior quantidade de síndromes respiratórias”, afirmou.

    Até o momento, foram confirmados três casos de COVID-19 em indígenas no município de Santo Antônio de Içá, na região do Alto Solimões. Segundo os números oficiais da secretaria de saúde do Amazonas, ao todo 981 pessoas foram infectadas pelo COVID-19 no estado, e o número de mortes chega a 50.

    O governador também disse que o sistema funerário do estado está operando no limte. “A gente entra em colapso quando não conseguimos atender ninguém. Ainda não chegamos neste estágio, mas tenho conversado muito com o prefeito de Manaus [Arthur Virgílio Neto], responsável pelos cemitérios, e sabemos que a cidade subiu siginificativamente a quantidade de enterros”, afirma o governador, complementando que, uma média de 25 à 30 enterros, foi para o pico de 66 em um único dia. 

    Wilson Lima também prevê que o momento de maior crise econômica no estado será no mês de maio, com uma queda de 30% na arrecadação — e ressalta a importância de medidas do governo federal para suprir as perdas dos estados. 

    “É importante que haja essa contrapartida por conta do governo federal para compensar a perda do ICMS, mas também garantir repasse do fundo de participação dos estados igual aos repasses que foram do ano de 2019. Já houve um entendimento da prorrogação da dívida do estado com a União, mas a gente precisa que haja um esforço do governo federal para que a gente possa, junto aos bancos internacionais, fazer a suspensão temporária dessas dívidas”, conclui.

     

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