Gordofobia: Um conceito pra entender e eliminar (da sua vida)
Dia 10 de setembro é o Dia de Luta contra a Gordofobia. Data discute a discriminação contra pessoas gordas
Tome nota: Ser uma pessoa gorda e não ser saudável nem sempre são sinônimos. Ao contrário do que muitos pensam, é possível ser gordo e ter saúde. Se por um instante, você achou ou pensou o contrário, é hora de falarmos sobre Gordofobia.
A gordofobia é o preconceito contra corpos gordos com a ideia de que pessoas gordas são ‘inferiores’, tem menos capacidade ou saúde do que aquelas que não são classificadas esteticamente como magras.
Uma discriminação impregnada numa sociedade que estruturou tudo que é belo e lindo aos corpos magros. Consequência disso são as falas, pensamentos, atitudes gordofóbicas que aparecem toda hora por aí e mesmo, inconscientemente, pode fazer parte do nosso dia a dia. Mas é chegada a hora de ter consciência disso.
Sabemos: a obesidade é sim uma doença. Um grave problema de saúde pública que afeta quase 7 milhões de pessoas no Brasil. Inclusive, o principal fator de risco da obesidade são as doenças relacionadas a ela, desencadeadas por conta do excesso de peso, entre elas, as cardiovasculares, diabetes… Por isso, se a obesidade atinge a saúde e a qualidade de vida das pessoas, temos que encarar isso como uma doença e com responsabilidade.
Mas o que quero dizer aqui é que, para além desse diagnóstico, existem, sim, pessoas gordas por aí com uma ótima saúde. O detalhe chocante para a “sociedade da magreza” é o fato delas poderem viver e conviver com seus corpos gordos tão lindamente como os corpos magros por aí.
Corpos gordos e corpos magros. Essa é a diversidade de corpos e está mais do que na hora de entendermos isso. Os corpos também são diversos na sua estrutura. Do PP ao GG, G1, G2 e assim vai… E já tem muita gente falando sobre isso e sendo ativista nesta causa pelo respeito aos corpos grandes e saudáveis, ao colocar em xeque a ditadura da magreza, nem sempre, feita com saúde.
E chamam atenção para como a sociedade foi criada a não pensar em corpos gordos e muito menos para pensar estruturas que facilitem a vida dessas pessoas diariamente, seja no transporte público, nos espaços de lazer, no avião, no escritório, etc.
Uma boa maneira de ajudar a combater a gordofobia é eliminar do vocabulário – de uma vez por todas – frases e pensamentos gordofóbicos, por exemplo. Termos como alguns dos que destaco aqui abaixo e já podem entrar para lista proibida, por favor:
- VOCÊ É FOFINHA – Usar diminutivo para se referir a uma pessoa gorda, achando que isso é um elogio;
- VOCÊ É BONITA DE ROSTO – Uma forma sutil de dizer que corpos gordos não são bonitos, mas apenas uma parte dele;
- VOCÊ COME POUCO PARA UMA PESSOA GORDA – Estrutura do corpo e a forma que se come nem sempre está diretamente ligado ao fato de alguém ser uma pessoa gorda
- VOCÊ NÃO TÁ GORDA, VOCÊ TÁ LINDA – Mais uma vez, a ideia reforçada de relacionar beleza a corpos magros;
- HOMEM GOSTA DE APERTAR – Corpos gordos não são brinquedos ou objetos;
- SE VOCÊ SE ESFORÇASSE MAIS, IA CONSEGUIR EMAGRECER – Respeitar a jornada de cada é um fundamental. Ser gordo não é questão de esforço ou de preguiça.
Esses são apenas alguns exemplos do nosso dia a dia que só reforçam a ideia da gordofobia e urgentemente pede que ela seja eliminada. Precisamos naturalizar a existência de corpos gordos, grandes e, sempre, (claro) saudáveis. Afinal, a beleza da vida está na diversidade dela.