ONG busca transformar favelas com ciência e tecnologia
Projeto avalia condições de renda, habitação e saúde
São Paulo tem o maior número de favelas do Brasil. São quase 2 mil ocupações com 2 milhões de moradores. Lugares onde faltam infraestrutura, saneamento básico e outras tantas outras necessidades.
Mas a realidade destes locais vai sendo, aos poucos, transformada através de projetos sociais idealizados por ONGs como a ‘Gerando Falcões’, que pretende reinventar favelas e devolver a cidadania aos moradores.
“Vamos iniciar um processo para fazer o redesign de uma favela e transformá-la em uma comunidade inteligente, cidadã e que faça uma completa mudança local. Desde de ter uma intervenção urbana, social e de segurança pública”, afirmou Edu Lyra, fundador da organização.
A ONG atua em mais de 100 periferias e favelas do Brasil. Por causa do projeto, Lyra foi considerado, pela revista Forbes em 2014, uma das pessoas mais influentes com menos de 30 anos. Foi também selecionado pelo Fórum Econômico Mundial um dos 15 jovens brasileiros que podem mudar o mundo.
Para tirar as ideias do papel, o fundador afirma que a ideia inicial é atuar em duas frentes: na intervenção urbana e a social.
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“O que a gente quer é fazer com que as melhores políticas públicas e tecnologias sociais desenvolvidas pelo empreendedorismo social, além do melhor que existe ciência, seja efetivamente aplicada para solucionar os grandes problemas sociais da favela”, explicou.
O projeto piloto será realizado em uma favela do interior de São Paulo. Na primeira etapa, a equipe irá traçar uma espécie de diagnóstico da comunidade, para entender quais são os problemas e de que forma eles serão resolvidos. Ele avaliará condições de saúde, habitação, capacitação e renda. Após este período, a ideia é promover uma mudança completa que vai muito além da estética.
O Gerando Falcões também conta com parcerias para auxiliar neste processo. De acordo com Germano Guimarães, cofundador do Grupo Tellus, especializado na inovação e na melhoria de serviços públicos, é preciso dar espaço para as inovações sociais desenvolvidas pelo terceiro setor.
“A sociedade civil muitas vezes, incluindo o terceiro setor, está gerando diversas inovações na área social e que muitas vezes não está no radar do poder público. Mas se nós conseguirmos mostrar para o poder público que existem outros métodos que estão resolvendo os problemas públicos, talvez a gente possa fazer esta ponte e, com isso, resolvê-los de maneira eficiente”, observou.
(Edição: Leonardo Lellis)