Garcia e Rezende: coberturas e entrevistas históricas em décadas de jornalismo
Comentaristas estreiam na CNN na próxima segunda-feira, dia 27, com o quadro 'Liberdade de Opinião'


Quarenta minutos antes de o Brasil conhecer o Plano Real, a nova tentativa de combater a hiperinflação que assolava o país foi confidenciada a Alexandre Garcia pelo então presidente da República, Itamar Franco. O jornalista teve menos de uma hora para buscar um quadro negro e apresentar a novidade aos brasileiros.
Rádios e emissoras de televisão voltadas exclusivamente ao jornalismo, modelo do qual a CNN é pioneiro no mundo, é um fenômeno mais recente no país. Quem acompanhou e consumiu notícias por esses veículos com certeza se informou a partir das apresentações e análises de Sidney Rezende.
Conheça mais sobre a carreira dos dois jornalistas, que estão entre os mais experientes do país. Garcia e Rezende estreiam na CNN na próxima segunda-feira (27), com o quadro “CNN – Liberdade de Opinião”. O segmento irá ao ar diariamente a partir das 7h, dentro do “CNN Novo Dia”, e a partir das 13h, dentro do “Visão CNN”.
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Alexandre Garcia
Em seus quase cinquenta anos de carreira, Alexandre Garcia soube aproveitar as oportunidades que a sorte lhe deu. Ele estava no primeiro dia do seu estágio no Jornal do Brasil, quando explodiu um depósito de fogos de artifício em Porto Alegre e ele era a única pessoa na redação da sucursal gaúcha do veículo.
“Foi meu literal batismo de fogo, em meio a fragmentos de corpos. Meu estágio foi logo convertido em contratação”, lembra. Outra oportunidade surgiu dois anos depois, quando eclodiu uma crise política no Uruguai e os únicos voos em direção ao país saíram de Porto Alegre.
“O JB então me mandou para a primeira missão no exterior. Consegui a primeira entrevista exclusiva com o presidente Juan María Bordaberry e a nossa foto dividiu a primeira página de domingo com a do casamento de Elizabeth Taylor com Richard Burton”, conta.

Alexandre Garcia também foi personagem de um episódio importante na história brasileira. Foi subsecretário de imprensa da Presidência durante o governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985) e se colocou como ponte entre os militares e os líderes da oposição, como Leonel Brizola, Freitas Nobre e Alceu Collares. “Quando saí, fui chamado de ‘o porta-voz da abertura’.”
Além do furo do Plano Real, Garcia acumulou entrevistas exclusivas em seus anos de carreira. Foi em entrevistas a ele que Figueiredo pediu para ser esquecido e que o presidente José Sarney disse que a Constituição de 1988 tornava o Brasil “ingovernável”.

Fora do Brasil, foi correspondente em Buenos Aires e cobriu guerras no Líbano, Angola e nas ilhas Malvinas/Falklands (1982), disputadas por argentinos e britânicos. Pela cobertura dessa guerra, foi condecorado como oficial da Ordem do Império Britânico pela rainha Elizabeth II.

Baseado em Brasília há 44 anos, Alexandre Garcia trabalhou por 30 anos na TV Globo, onde fez comentários diários e foi apresentador substituto dos principais telejornais diários. Mais recentemente, ele acompanhou as transformações da imprensa e se converteu em um dos principais influenciadores digitais do Brasil, com milhões de seguidores em seus perfis nas redes sociais.
Sidney Rezende
Sidney Rezende é um dos principais rostos e vozes do telejornalismo e radiojornalismo brasileiro. O jornalista ajudou a implementar a rádio CBN e foi durante muitos anos um dos principais apresentadores da GloboNews, além da própria TV Globo.

Em sua carreira, Rezende passou pelas rádios Roquette Pinto, MEC, Nacional e Panorama, além das TVs Educativa, EBC e Bandeirantes. Entrevistou grandes nomes da vida pública e da cultura do Brasil, em especial do Rio de Janeiro.

Em sua galeria, nomes como Leonel Brizola, Fernando Collor, Cesar Maia, Anthony Garotinho, Luís Carlos Prestes, Zuenir Ventura e Ziraldo. Entre muitas entrevistas, 102 brasileiros bem-sucedidos contaram a ele o que pensam do sucesso, em coletânea publicada no livro Deve ser bom ser você, de 2002.

Esse é um dos livros já publicados por Sidney Rezende, também autor do Ideário de Glauber Rocha, de 1986, e Ah, se eu fosse presidente, de 2015. Também coordenou seminário de jornalismo eletrônico, que se transformou em livro.
Em 2006, Rezende inova e prepara a sua transição para as plataformas digitais, com o lançamento do seu portal, SRzd. Em sua página pessoal, faz cobertura de assuntos relevantes do Brasil, também sobre entretenimento e sobre a principal festa popular brasileira, o Carnaval.