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    Furto de metralhadoras: pedidos de prisão preventiva miram apenas “praças”

    Na esfera administrativa, 19 pessoas foram punidas com “prisão disciplinar”

    Jussara Soaresda CNN , Brasília

    Os seis militares que tiveram a prisão preventiva pedida pelo Exército à Justiça Federal são da categoria inferior da hierarquia da Força, os chamados praças. São soldados, cabos e sargentos suspeitos de terem participado do furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo.

    Segundo a CNN apurou, há apenas um oficial – um tenente – na mira da investigação, porém não teve o pedido de prisão preventiva pois ainda não há elementos considerados suficientes.

    No âmbito administrativo, o Exército já prendeu disciplinarmente por até 20 dias 19 militares por falharem na fiscalização e controle das armas. Entres os punidos, estão oficiais superiores, capitães, tenentes e subtenente que tinham responsabilidade na gerência, fiscalização e controle do armamento.

    Desde quarta-feira (25), 17 militares já cumprem a prisão disciplinar no quartel. Nesta quinta (26), dois novos militares foram punidos. Um deles é um major que recebeu pena de prisão disciplinar de dez dias, e outro um capitão que ficará preso por oito dias. Outros quatro aguardam o julgamento no procedimento administrativo.

    A investigação

    O Inquérito Policial Militar (IPM) aponta que o furto das armas ocorreu provavelmente no feriado de 7 de Setembro, quando quartel estava muito movimentado pela saída de militares para o desfile do dia da Independência.

    A última conferência das metralhadoras havia ocorrido no dia 6 de setembro. O desaparecimento do arsenal, porém, só foi notado no dia 10 de outubro. O IPM foi aberto no dia seguinte. O prazo para conclusão é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20.

    A principal linha de investigação aponta que os suspeitos tinham profundo conhecimento do funcionamento do setor onde estavam guardadas as armas, o que possibilitou o planejamento do furto minuciosamente.

    Os criminosos, segundo os investigadores, teriam desligado o quadro de energia de setor onde estavam as armas. Com isso, a bateria do alarme que dura até cinco horas descarregou. Câmeras também não funcionaram. A hipótese é que foi neste tempo que as armas teriam sido furtadas. Depois do furto, a energia foi religada.

    De acordo com a investigação, um dos suspeitos é um cabo que trabalhava como motorista do diretor do quartel. O militar teria usado até mesmo o carro oficial do Exército para fazer os transporte de metralhadoras.

    A perícia também identificou impressões digitais de militares não autorizados na área restrita. Foi com base nessas informações que o Exército fez o pedido de prisão preventiva ainda não decretada pela Justiça Militar.

    Os suspeitos já tiveram a quebra de sigilo autorizados pela Justiça. A expectativa é encontrar troca de mensagens e depósito bancários possam levar os investigadores ao passo a passo do crime, desde o planejamento até a receptação. Uma das hipóteses é que os militares foram cooptados por facções criminosas fora do quartel.

    O Inquérito Policial Militar pode investigar civis por se tratar de um crime militar. As polícias Civil e Federal têm colaborado com as investigações. Até agora, das 21 metralhadoras furtadas, 17 foram localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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