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    Funcionária que assinou exames de HIV errados se entrega à polícia no Rio

    Jacqueline Iris Bacellar de Assis era considerada foragida; sócio e técnico do PCS Lab Saleme foram presos na segunda-feira

    Thomaz CoelhoCleber Rodriguesda CNN , em São Paulo

    A funcionária do laboratório PCS Lab Saleme responsável por assinar os exames de HIV errados que culminaram na infecção pelo vírus a pacientes transplantados no Rio de Janeiro se entregou à Polícia Civil do Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira (15).

    Jacqueline Iris Bacellar de Assis era considerada foragida. Nos laudos, Jacqueline consta como biomédica, mas o número de registro utilizado pertence a outra pessoa.

    Na segunda-feira (14), o sócio principal do laboratório, Walter Vieira, e o técnico responsável pela análise do material, Ivanilson Fernandes, foram presos.

    Seis pessoas foram infectadas com o vírus HIV após receberem órgãos transplantados, devido a exames com resultados falsos-negativos para HIV emitidos pelo laboratório PCS Lab Saleme.

    Em nota, o laboratório afirmou que Jacqueline havia assinado diversos exames nos últimos meses e que, no momento de sua contratação, apresentou um diploma de formação em biomedicina.

    O laboratório também divulgou uma suposta troca de mensagens com a funcionária no momento da contratação. O advogado de Jacqueline, José Félix, afirmou à CNN que ela desconhece a conversa apresentada pela empresa à imprensa.

    Relembre o caso

    Seis pacientes contraíram o vírus HIV após passarem por transplantes de órgãos no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, dois doadores teriam feito exame de sangue no laboratório PCS Lab, localizado Baixada Fluminense, e os resultados deram falso negativo. Com isso, os receptores foram infectados.

    Segundo apurou a CNN, os infectados já estão cientes e os órgãos de outros 288 doadores estão passando por nova testagem no estado.

    Em nota, a empresa afirma que dará “suporte médico e psicológico” aos pacientes infectados e seus familiares e que está à disposição das autoridades para a investigação sobre o caso. O laboratório afirmou que o caso é “um episódio sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969”.

    O laboratório foi contratado pela Secretaria de Estado de Saúde para testar os doadores de órgãos. O contrato, firmado pela Fundação Saúde do RJ em dezembro de 2023, tinha duração de 12 meses e um valor total de cerca de R$ 11 milhões.

    A pasta informou que uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e assegurou que o laboratório contratado para realizar o exame nos doadores teve o contrato suspenso. Novos exames serão realizados pelo Hemorio.

    “A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório”, explica o comunicado.

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