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    ‘Frustração e desrespeito’, diz delegado sobre soltura de André do Rap

    Traficante pode ter fugido do país logo após deixar a prisão

    Em entrevista à CNN, Gustavo Mesquita, delegado de Polícia e presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adpesp), afirmou que a soltura de André do Rap é um “desrespeito com o trabalho da Polícia Civil”, além de gerar frustração. O chefe do PCC, condenado em segunda instância por tráfico de drogas, está foragido e possivelmente já está fora do país. 

    “A Polícia Civil de São Paulo está atuando intensamente neste caso, agora, nas buscas pelo André do Rap, em conjunto com a Polícia Federal e a Interpol. Há informações de que ele pode ter deixado o país, é razoável a gente supor que ele não ficaria em casa respeitando as ordens de sua liberdade provisória e foi o que aconteceu. Mas repito, a Polícia Civil de São Paulo tem toda condição para encontrá-lo novamente. É importante a gente dizer que isso gera uma frustração, representa um desrespeito ao trabalho da Polícia Civil e com toda sociedade brasileira, que não admite mais impunidade”, ressaltou. 

    Mesquita relembrou o início da operação e ressaltou a importância dos agentes durante a investigação do caso. Segundo ele, agentes “deixaram suas casas e partiram para o Rio de Janeiro, para uma operação muito perigosa”. Ele reforça ainda que a corporação conseguirá capturá-lo.

    “Esta investigação começou ano passado pela Polícia Civil. Após meses de investigação os policiais de São Paulo deixaram suas casas e partiram para o Rio de Janeiro para uma operação muito perigosa em busca do André do Rap, encontrando ele no centro do Comando Vermelho. Lá, eles efetuaram a prisão e trouxeram ele para São Paulo. Portanto, é com grande frustração que assistimos todo este trabalho [de busca], no qual, [anteriormente] os policiais arriscaram suas vidas. Mas a gente já prendeu uma vez e tenho certeza que prenderá novamente”, afirmou. 

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    André Oliveira Macedo, o André do Rap, do PCC
    André Oliveira Macedo, o André do Rap, do PCC
    Foto: Reprodução/CNN Brasil (12.out.2020)

    O especialista também avaliou a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que determinou, no mesmo dia, a suspensão da decisão de Marco Aurélio e ordenou a prisão imediata do condenado. Em sua visão, ter habea corpus favorável à soltura facilitou o não monitoramento e, consequentemente, a fuga de André do Rap.

    “A partir do instante que ele foi colocado em liberdade e ele possui um habeas corpus a seu favor, a Polícia ou qualquer órgão público não tem como permanecer vigilante e observando este indivíduo. Em tese, ele estava em liberdade então não existe nada que a polícia poderia fazer. Após a decretação do ministro Fux, aí sim a Polícia Civil tem autorização legal para novamente agir e executar o seu trabalho”.

    (Edição: André Rigue)