Frio deve ser mais intenso na região Sul do que frente fria em maio, diz meteorologista

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Uma nova frente fria deve derrubar as temperaturas na porção sul do país a partir desta sexta-feira (10). No sudeste, o frio começou a se intensificar na quinta-feira, e deve continuar em queda nos próximos dias.
Em entrevista à CNN, a meteorologista da equipe do Climatempo Maria Clara Sassaki explicou as previsões para o fim de semana. Na região Sul, o frio deve ser ainda mais intenso do que o sentido durante a frente fria iniciada em 18 de maio, quando geadas ocorreram em partes dos estados. Isso ocorre pois há menos nuvens no céu neste momento, o que propicia uma queda mais acentuada das temperaturas.
"Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul enfrentaram a primeira onda de frio com muitas nuvens no céu, e por isso as temperaturas não caíram tanto quanto devem cair agora. Essa massa de ar frio tem intensidade semelhante, e não terá nebulosidade enquanto ela estiver atuando. Por isso, a sensação de frio é maior", descreveu Sassaki.
"As nuvens servem como uma espécie de cobertor. Se temos nuvens, a temperatura não cai tanto. Se tem um céu mais claro, uma noite de tempo mais aberto, aí sim a temperatura despenca, e amanhecemos com geadas, e nevoeiro".
A tendência de frio deve seguir durante o inverno, que começa em 21 de junho, com oscilações na temperatura. "O inverno será muito parecido com do ano passado: tivemos ondas de frio muito intensas", disse a especialista. "Nós temos os mesmos fenômenos atuando que tínhamos no ano passado, então as ondas de frio que atingirem a região central do Brasil devem ser tão intensas quanto as que tivemos no ano passado".
Algumas regiões do país podem passar um período de 10 a 15 dias sem chuvas durante o inverno.
A falta de umidade pode colocar estados como Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais em estado de alerta em relação ao aumento de queimadas.
Chuvas no Nordeste
A chuva intensa que vem castigando a região Nordeste do país deve prosseguir, segundo Sassaki, e o risco de deslizamento de encostas permanece alto. Ela explicou que a atuação da circulação de ventos úmidos conhecida como Ondas de Leste é normal durante esta época do ano, mas a quantidade de chuva foi maior do que o usual.
"Agora que a chuva está entrando na normalidade, o solo já está fragilizado. "Já é um solo que foi muito agredido, está muito encharcado. Então qualquer chuva que venha a acontecer agora nos próximos meses é uma chuva com potencial para provocar novos deslizamentos de encostas -- principalmente em Pernambuco, Alagoas e Paraíba, que foram os estados mais afetados, e que ainda podem receber chuvas de moderada a forte intensidade agora nos próximos dias."
Tradicionalmente, a chuva permanece na região nos meses de inverno, e deve prosseguir até o final do mês de julho.