‘Fraude havia com voto impresso’, diz Barroso sobre segurança da urna eletrônica
"A história do país é a história de fraudes eleitorais sucessivas, seja no preenchimento das cédulas, seja no lançamento do mapa", disse o presidente do TSE
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (15), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, falou sobre o questionamento que surge em período eleitoral a respeito da segurança nas urnas eletrônicas.
Para ele, quem questiona, “às vezes, se move por algum grau de desinformação, pois fraude havia no voto impresso”.
“O fato real é que nunca se provou nenhum tipo de fraude contra a urna eletrônica. Se alguém demonstrar a ocorrência de fraude, vou ser o primeiro a tentar enfrentar isso”, disse ele.
“Fraude havia no tempo do voto impresso, manual. Aliás, a história da República brasileira é a história de fraudes eleitorais sucessivas, seja no preenchimento das cédulas, seja no lançamento do mapa”, acrescentou.
Barroso contou ainda que o TSE abriu o sistema para quem quisesse “atacar”, e ninguém conseguiu “furar” a segurança do programa.
“Nós fizemos um teste público de segurança para que todas as pessoas tentassem hackear o sistema e não aconteceu”, afirmou.
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“É perfeito?”, questionou ele sobre o sistema atual. “Imagino que não. Mas até aqui não se encontrou nenhuma falha”, pontuou.
O presidente do TSE ressaltou também que o sistema brasileiro de apuração é, possivelmente, o melhor do mundo e que pretende evoluir.
“Eu tenho uma comissão estudando o voto do futuro porque as urnas eletrônicas, embora eficientes, custam muito caro”, disse ele, apontando que o estudo prevê que as pessoas votem a partir de seu próprio dispositivo.
Barroso disse esperar ter a possibilidade de entregar a seu sucessor um estudo já avançado sobre essa perspectitiva e, se possível, até com algum piloto testado.
Faltam dois meses para as eleições municipais, que será diferente devido à pandemia do novo coronavírus. A votação, prevista para os dias 4 e 25 outubro, agora, terá o primeiro turno no dia 15 de novembro, e o segundo duas semanas depois, no dia 29 do mesmo mês.
Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou uma série de regras sanitárias que deverão ser cumpridas por mesários e eleitores.
O eleitor que não estiver com máscara, por exemplo, será barrado no local de votação. Todos terão que passar álcool em gel nas mãos antes e depois de votar, e aglomerações entre apoiadores também estão proibidas.
Sobre as fake news, Barroso disse que o TSE está desenvolvendo trabalhos em diferentes frentes para combatê-las, e afirmou que o que preocupa são as ações de “milícias digitais”.
“O que nos preocupa não é uma imputação falsa, imprecisa feita de uma pessoa a outra. O que nos preocupa são milícias criminosas que seguem um comando verticalizado e financiado a serviço do descrédito da democracia e de pessoas. É isso que estamos enfrentando quando falamos de combate às fake news. O que nos preocupa é o uso de mecanismos tecnológicos por essas milícias digitais do mal, que são destrutivas”, falou.