Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Fiocruz diz que demanda global por IFA gerou atrasos na entrega de vacinas

    Fundação respondeu à Procuradoria da República do Distrito Federal, que instaurou procedimento para apurar suposta falta de transparência da fundação

    Leandro Resende

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) encaminhou um ofício à Procuradoria da República do Distrito Federal em que diz que os atrasos no recebimento de lotes de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para produção da vacina Oxford/AstraZeneca, foi o que deixou as entregas de imunizantes irregulares.

    O documento foi enviado em resposta à instauração de um procedimento investigatório do MPF para apurar suposta falta de transparência nas informações sobre a produção de vacinas e a quantidade de matéria-prima para fazê-las.

    A Fiocruz cita dificuldades de obter uma licença obrigatória de exportação da China para envio do material para o Brasil, e o fato de o IFA ter sido solicitado, em caráter de urgência, “por inúmeros países do mundo, o que poderia acarretar eventuais atrasos em seu recebimento”.

    “Em se tratando de um processo biológico de alta complexidade e dos pré-requisitos citados acima, é inviável se prever com antecedência as datas corretas para os recebimentos dos lotes de IFA. Desta forma, a Fiocruz se ateve em divulgar a informação de maior interesse para a população e que apresentava maior precisão nos prazos que é o quantitativo de doses de vacina Covid-19 fornecidas ao Programa Nacional de Imunização ao longo do tempo”, disse a fundação no ofício.

    Sem data para IFA nacional

    Com início da produção em julho deste ano, a Fiocruz ainda não tem uma data estipulada para realizar as primeiras entregas das vacinas produzidas com o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) 100% nacional.

    Segundo a fundação, a previsão é de que essas entregas aconteçam até o final deste ano, mas sem precisar quando e nem quantas doses produzidas no Brasil estão previstas para serem distribuídas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

    Inicialmente, a previsão era de começar a distribuição de doses com o IFA nacional em agosto. Essas entregas só seriam possíveis com a assinatura do contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca.

    Esse contrato seria assinado em dezembro de 2020, depois foi adiado para fevereiro, depois para abril, maio e, finalmente, foi assinado apenas em junho, ocasionando o atraso na produção das vacinas nacionais.

    Atualmente, a Fiocruz já entregou ao Ministério da Saúde 121 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, produzidas com IFA importado. Até o fim deste ano, a fundação prevê entregar 200,4 milhões de doses para PNI.

    Tópicos