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    Filho do ex-governador Sérgio Cabral é alvo de operação da PF no Rio

    Grupo é investigado por suposto comércio ilegal de cigarros e prejuízo de R$ 2 bilhões à União; se condenados, os investigados podem enfrentar pena mínima de 66 anos de prisão

    Pauline Almeidada CNN , Rio de Janeiro

    Uma operação da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), investiga um grupo criminoso armado de comércio ilegal de cigarros, suspeito de causar um prejuízo de R$ 2 bilhões à União. Entre os alvos da ação está José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador do estado Sérgio Cabral.

    A CNN apurou junto a fontes da operação que José Eduardo Neves Cabral não havia sido preso até as 12h desta quarta-feira, mas que ainda era procurado.

    O advogado Rafael Kullmann, que representa José Eduardo Cabral, afirmou que “a defesa segue sem acesso aos autos”. “Enquanto a gente não tiver acesso aos autos, infelizmente, não consigo emitir juízo de valor sobre qualquer coisa.”

    A ação em parceria com o Ministério Público Federal, que tem o apoio do Departamento de Segurança dos Estados Unidos (U. S. Homeland Security Investigations), tem o objetivo de cumprir 27 mandados de prisão preventiva e 50 de busca e apreensão, todos expedidos pela 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

    A Justiça também determinou o sequestro e apreensão de bens avaliados em R$ 300 milhões, como veículos de luxo, dinheiro em espécie, imóveis, contas bancárias e criptomoedas.

    A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que o ex-governador Sérgio Cabral, preso no Batalhão Especial Prisional de Niterói, passou mal nesta quarta-feira, precisou de atendimento médico e tem quadro de saúde estável. No entanto, não confirmou que o problema teve relação com a notícia do filho dele ser alvo da operação.

    Como a organização criminosa funciona, segundo as investigações?

    A operação batizada de Smoke Free identificou que, entre 2019 e 2022, o grupo criminoso teria transportado e comercializado cigarros vindos do crime em territórios dominados por facções e milícias. A quadrilha também teria efetuado a lavagem de dinheiro dos negócios, mandando altas quantias para o exterior.

    A parte financeira seria dominada por um bando já investigado e devedor conhecido da União, com débito de R$ 2 bilhões com a União, segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

    Já para garantir a segurança do grupo, havia uma célula paralela coordenada por um agente da PF, com o apoio de policiais militares e bombeiros.

    Os investigados podem responder por sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Se condenados, podem enfrentar uma pena mínima de 66 (sessenta e seis) anos de prisão.

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