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    ‘Fechar escola não pode ser normalizado’, dizem secretários de Educação

    Vitor de Ângelo, secretário do Espírito Santo e presidente de conselho, diz que discutir fechamento não é 'tabu', mas que não pode ser rotina

    Iuri Pittada CNN

     O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e titular da pasta no Espírito Santo, Vitor de Angelo, discorda de uma eventual suspensão generalizada das aulas presenciais e defende a busca de soluções localizadas e temporárias neste momento da pandemia da Covid-19.

    “Discutir o fechamento das escolas não é um tabu, mas não pode ser normalizado. Tem que ser para lá de uma medida excepcional”, afirmou Angelo à CNN.

    Nesta terça-feira (2), o Consed divulgou nota na qual afirma que “entende a realidade atual, no que diz respeito à pandemia da Covid-19, e compreende, também, que os cenários regionais são muito diferentes, mas lembra que a maioria das escolas brasileiras, especialmente na educação pública, está fechada há quase um ano, com graves prejuízos para aprendizagem e para os aspectos socioemocionais”.

    “O direito à vida e o direito à educação são inalienáveis, complementares e devem ser respaldados, nesse momento de crise pandêmica, em evidências científicas”, diz o texto.

    O texto veio a público um dia após outro colegiado, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) defender uma série de ações em nível nacional, como toque de recolher das 20h às 6h, o fechamento de bares e praias e a suspensão das atividades escolares em todos os níveis.

    A carta não mencionava prazo para essa última medida, mas avalia-se que o tempo poderia ser de três semanas, para reduzir a circulação do vírus e a sobrecarga nos sistemas de saúde – levantamento da CNN mostra que 16 estados e o Distrito Federal tem lotação de UTIs acima de 80%.

    “Não queremos polemizar, inclusive porque somos todos colegas em nossos respectivos governos. Estamos saindo em defesa da educação, para não deixarmos que se naturalize o fechamento de escolas”, frisou Angelo. “Já estamos um ano para trás em termos educacionais e seria muito penoso correr o risco de perder mais um ano.”

    De acordo com o último levantamento do Consed, 13 das 27 unidades da federação programaram a retomada das aulas presenciais entre janeiro e fevereiro, outras 13 neste mês de março e apenas um estado (Tocantins) prevê a medida em abril. No entanto, já há casos de cancelamento das aulas presenciais após a retomada, como no Ceará, um dos estados que enfrenta alta ocupação de leitos de UTI por causa do coronavírus.