Familiares promovem ato em memória de Kathlen Romeu no Rio de Janeiro
Morte da jovem completou um ano; nova audiência do caso está marcada para o próximo dia 27


Familiares e amigos da modelo Kathlen Romeu promoveram na manhã deste sábado (11) um ato em memória da jovem, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A celebração, realizada na comunidade onde ela vivia, contou com apresentações de artistas locais e atividades para as crianças, como pintura e dança. Os organizadores também doaram kits para bebês e brinquedos para moradores da comunidade.
A morte de Kathlen, que tinha 23 anos, completou um ano na última quarta-feira (8). A modelo, que estava grávida de quatro meses, foi morta por um tiro de fuzil no peito durante uma operação da Polícia Militar, no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio.
Além de homenagear a jovem, familiares e amigos fizeram um apelo por Justiça e lembraram os riscos da violência nas operações policiais nas comunidades. A frase “Sua memória à prova de balas” estava estampada em camisetas dos participantes e doações do memorial.
Durante a homenagem, a avó da vítima, Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira, falou sobre a morte da neta pela violência.
“Se torna pior porque a gente perde e tem que ficar em luta para provar uma coisa: que o Estado está errado. O Estado está errado, eles matam e eles estão aí, nós estamos presos na nossa dor, na nossa angústia”, afirmou Sayonara.
Caso segue na Justiça
No mês passado, Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ) realizou a primeira audiência do caso. Uma nova audiência está marcada para o dia 27 de junho, pois uma das testemunhas de defesa dos acusados não compareceu por questões médicas. Durante a audiência, a avó de Kathelen, que estava com ela no momento dos disparos, afirmou que um dos policiais não deixou que ela acompanhasse a neta no caminho para o hospital. Ela teria sido levada de camburão.
Segundo a plataforma Fogo Cruzado, apenas esse ano, foram 322 pessoas vítimas em confrontos policiais no estado do Rio de Janeiro. No final de maio, Policiais Militares de uma companhia e oito batalhões do Rio de Janeiro passaram a usar câmeras de monitoramento em atividades externas. Segundo a PM, as imagens ficarão armazenadas durante um ano e podem ser solicitadas por órgãos como Ministério Público e Defensoria Pública.
De acordo com o governo do estado, inicialmente serão 1607 câmeras, mas o projeto prevê até 21,5 mil equipamentos, com um investimento de R$ 6 milhões mensais. Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o governo estadual do Rio de Janeiro deve criar um plano para conter a letalidade policial nas operações.