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    Família questiona atendimento médico de professor que morreu após extração do siso no CE

    Sobrinha do paciente morto diz que ele não recebeu quaisquer receituários ou documentação após a cirurgia

    Flávio IsmerimGabriele Kogada CNN , em São Paulo

    O professor de dança José Eliezio Oliveira Silva, de 50 anos, faleceu na última terça-feira (24), uma semana após retirar um dente do siso em Fortaleza. A sobrinha do paciente questiona o atendimento médico recebido por ele e reclama que o homem não recebeu nenhuma medicação ou documentação após a cirurgia odontológica.

    “Ele não recebeu nada [receituários], porque eu fui com ele. Ele não recebeu nenhuma medicação, mesmo que no sistema lá conste, mas ele não saiu com nenhuma documentação após a cirurgia”, afirmou Ysla Feitosa da Silva em entrevista à CNN.

    Ela contou que Jozé Eliezio fez a extração no dia 16 de maio e voltou ao posto de saúde no dia 19 de maio com inchaço na face, febre, dor de cabeça e dificuldade para se alimentar e se locomover.

    “A medicação passada no dia 19 foi apenas ibuprofeno, amoxicilina e dipirona. Como ele já não estava conseguindo se alimentar e ingerir água, ficou muito complicado, mas mesmo assim ele tomou a medicação”, relatou.

    Quatro dias depois, o filho dele o encontrou passando mal, deitado na cama. Diante do agravamento do quadro, os familiares levaram o paciente de para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jangurussu, bairro da capital cearense.

    No dia 24, ele faleceu após quatro paradas cardíacas após desenvolver um quadro infeccioso grave após a extração dos sisos. O atestado de óbito do professor de dança — disponibilizado por Ysla à CNN — afirma que ele faleceu de “choque, septicemia, angina de Ludwig, abscesso dental, insuficiência renal e infecção por retrovírus”.

    A CNN procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, que lamentou o corrido e afirmou que o paciente “contou com todo acompanhamento devido ao caso”.

    A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que o paciente recebeu todos os cuidados de atenção necessários que o caso demandava. Ele era acompanhado pela equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) do posto de saúde e apresentava quadro de condição crônica estável. O procedimento odontológico foi realizado sem intercorrências no dia 16 de maio. No dia 19, quando retornou à unidade, foi novamente acolhido e orientado sobre o uso dos medicamentos necessários. No dia 23, o paciente foi acolhido na UPA do Jangurussu, onde foi prestado todo atendimento e assistência pelos profissionais da unidade.

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