Família diz que menino de 7 anos foi vítima de racismo em loja na zona leste de SP
Segundo a mãe, criança foi acusada de ter furtado doces do estabelecimento; loja confirma que não houve crime
Uma família denuncia um suposto caso de racismo cometido por funcionários de uma loja de doces na zona leste de São Paulo contra um menino negro de 7 anos. Segundo a mãe da criança, o gerente do estabelecimento acusou o garoto de ter furtado mercadorias.
O caso ocorreu na semana passada na loja Magic Doces, no bairro Cidade Tiradentes. A mãe do menino, Giovanna Santos de Oliveira, de 25 anos, publicou um relato sobre a situação em suas redes sociais.
Ela disse que já estava no caixa pagando pelas mercadorias quando o gerente a abordou dizendo que o filho dela teria comido dois pacotes de bolachas e escondido os sacos dos biscoitos na prateleira, sem efetuar o pagamento.
Para tentar comprovar o suposto roubo, o gerente então verificou as câmeras de segurança da loja que confirmaram que a criança não havia consumido os produtos. Depois de perceber o erro e comprovar a inocência do garoto, o funcionário então teria pedido desculpas à mãe e ao menino vítima da acusação.
A criança iria comemorar o aniversário de 7 anos no dia seguinte ao ocorrido, motivo pelo qual Giovanna no estabelecimento fazendo comprar para realizar a festa do menino. A mulher afirma que teria gasto mais de R$ 500 na loja.
Depois da repercussão do caso nas redes sociais, a Magic Doces publicou uma nota de esclarecimento, mas, posteriormente, apagou as redes da empresa.
Na nota apagada, a empresa disse que, no mesmo dia da ocorrência, a equipe do estabelecimento “buscou solucionar a situação de forma adequada, oferecendo o suporte necessário à família e propondo diálogo”. A nota também confirmou que, após revisão das imagens de segurança, “o fato [furto] não foi constatado”.
O texto ainda faz críticas à mãe do menino: “No entanto, a mãe da criança optou por não seguir com a resolução em comum acordo e decidiu publicar vídeos nas redes sociais, alegando que nossa abordagem teria sido motivada por preconceito e racismo.”
A empresa diz que “não compactua, sob nenhuma circunstância, com atitudes discriminatórias ou preconceituosas” e que “o funcionário envolvido está sendo orientado e, após apuração completa dos fatos, sendo constata qualquer irregularidade, todas as providências serão tomadas para que nenhuma outra ocorrência semelhante venha a ocorrer”.
O caso está sendo investigado pelo 54°DP (Cidade Tiradentes). A ocorrência foi registrada como calúnia, mas a tipificação do delito poderá ser alterada ao decorrer das investigações.
* Sob supervisão