Família de estudante picado por naja diz que doará soro para Instituto Butantan
Instituição forneceu três doses de antídoto e família comprou mais dez dos EUA; as não utilizadas serão doadas
A família do estudante de veterinária Pedro Lehmkul, que foi picado por uma cobra naja na quarta-feira (8) no Distrito Federal, afirmou à CNN que irá doar doses do soro antiofídico não utilizados para o Instituto Butantan. De acordo com a apuração da CNN, além das três doses fornecidas pela instituição, familiares haviam encomendado outras 10 doses dos Estados Unidos.
Eduardo Nelson Lehmkuhl, pai do estudante, afirmou ainda que Pedro se recupera bem após acordar do coma e que o caso está aguardando avaliações dos médicos.
“Ontem ele saiu do coma, conseguiu dar algumas palavras e vem se recuperando. É um momento crítico por ser o desmame da medicação e estamos aguardando as avaliações dos médicos. Tudo isso temos que agradecer também à Deus e dizer que ele está em recuperação e não teve nenhum dano em seus órgãos devido a rapidez do atendimento hospitalar”, explicou.
Investigação
A internação do estudante após ser picado por uma cobra naja no Distrito Federal levou a polícia a investigar o possível tráfico de animais na região. Pedro e o colega que o ajudou a esconder o animal poderão responder por crime ambiental, além de tráfico de animais silvestres. Ambos foram multados em R$ 2 mil pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
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Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil do Distrito Federal para apurar o caso. De acordo com a Polícia Civil, um auditor fiscal do Instituto Brasília Ambiental (Ibram-DF) registrou a ocorrência e informou que não foi encontrado registro do animal em nome do estudante no órgão fiscalizador. Disse ainda que o jovem mantinha uma página no Facebook sobre algumas espécies de cobras, que depois do ocorrido foi apagada.
O Ibama disse em nota que acompanha o caso e que o criador não tem permissão para manter o animal em ambiente doméstico, uma vez que precisa ter autorização emitida por órgão ambiental estadual e seguir regras para a criação, e a legislação só permite espécies não venenosas para esse fim.
O Centro Universitário UniCEPLAC, onde Pedro Henrique cursa medicina veterinária e tem um grupo de estudos de animais silvestres e exóticos, afirmou que não incentiva a criação de animais que possam oferecer riscos à saúde humana ou do próprio animal. “Aconselhamos que os membros que desejem adquirir um animal silvestre façam isso seguindo as leis e normativas vigentes no país”, disse a universidade.
(Com informações de Teo Cury, em Brasília. Edição: Leonardo Lellis)