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    Exército rejeita laudo psiquiátrico e considera apto cabo suspeito de envolvimento em furto de metralhadoras

    Militar foi avaliado por médicos da Força nesta segunda-feira e já cumpre expediente no quartel

    Jussara Soaresda CNN

    A equipe médica do Exército considerou apto para trabalhar o cabo que, suspeito de envolvimento no furto das 21 metralhadoras, apresentou um lado psiquiátrico na última sexta-feira (27) para se ausentar do quartel, segundo apurou a CNN.

    De acordo com fontes, o militar passou por uma avaliação com médicos do Exército nesta segunda-feira (30) que não validaram o laudo apresentado pelo cabo e sua defesa. A equipe militar tinha a tarefa de homologar o atestado por uma clínica civil.

    Ainda segundo a apuração da CNN, o cabo já cumpre expediente normalmente nesta segunda-feira (30) no Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo.
    Apesar de suspeito, o cabo não está “aquartelado”. Ou seja, tem permissão para sair do quartel.

    Na sexta-feira, o cabo apareceu no quartel acompanhado da advogada para apresentar o atestado médico de que está em tratamento psiquiátrico. No dia anterior, ele não havia ido trabalhar.

    O cabo é, segundo pessoas que acompanham a investigação, um dos suspeitos do envolvimento no furto das 21 armas. O militar trabalhava como motorista do diretor do quartel e teria usado até mesmo o carro oficial do Exército para fazer o transporte de metralhadoras.

    A perícia também identificou impressões digitais de militares não autorizados na área restrita. Foi com base nessas informações que o Exército fez o pedido de prisão preventiva de seis militares, ainda não decretada pela Justiça Militar.

    Os seis militares que tiveram a prisão preventiva pedida pelo Exército à Justiça Federal são da categoria inferior da hierarquia da Força, os chamados praças. São soldados, cabos e sargentos suspeitos de terem participado do furto de 21 metralhadoras.

    Os suspeitos já tiveram a quebra de sigilo autorizada pela Justiça. A expectativa é encontrar troca de mensagens e depósitos bancários que possam levar os investigadores ao passo a passo do crime, desde o planejamento até a receptação. Uma das hipóteses é que os militares foram cooptados por facções criminosas que atuam fora do quartel.

    O Inquérito Policial Militar pode investigar civis que tenham se envolvido no crime por se tratar de um crime militar. As polícias Civil e Federal têm colaborado com as investigações. Até agora, das 21 metralhadoras furtadas, 17 foram localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

    No âmbito administrativo, o Exército já prendeu disciplinarmente por até 20 dias 19 militares por falharem na fiscalização e controle das armas. Entres os punidos, estão oficiais superiores, capitães, tenentes e um subtenente que tinham responsabilidade na gerência, fiscalização e controle do armamento.

    A investigação

    O Inquérito Policial Militar (IPM) aponta que o furto das armas ocorreu provavelmente no feriado de 7 de Setembro, quando o quartel estava muito movimentado pela saída de militares para o desfile do dia da Independência.

    A última conferência das metralhadoras havia ocorrido no dia 6 de setembro. O desaparecimento do arsenal, porém, só foi notado no dia 10 de outubro. O inquérito foi aberto no dia seguinte. O prazo para conclusão é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20.

    A principal linha de investigação aponta que os suspeitos tinham profundo conhecimento do funcionamento do setor onde estavam guardadas as armas, o que possibilitou o planejamento do furto minuciosamente.

    Os criminosos, segundo os investigadores, teriam desligado o quadro de energia de setor onde estavam as armas. Com isso, a bateria do alarme que dura até cinco horas descarregou. Câmeras também não funcionaram. A hipótese é que foi neste tempo que as armas teriam sido levadas do quartel. Depois do furto, a energia foi religada.

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