Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Exército investiga desaparecimento de 21 metralhadoras de arsenal na Grande SP

    Ausência do armamento, 13 metralhadoras calibre .50 e oito calibre 7,62 mm, foi notada durante uma inspeção na terça-feira (10)

    De acordo com o Exército, o material era inservível e tinha sido recolhido para manutenção
    De acordo com o Exército, o material era inservível e tinha sido recolhido para manutenção Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Diego MendesMaria Clara Alcântarada CNN*

    São Paulo

    O Exército investiga o sumiço de 21 metralhadoras do arsenal do Comando Militar do Sudeste, em Barueri, na Grande São Paulo.

    A ausência do armamento, 13 metralhadoras calibre .50 e oito calibre 7,62 mm, foi notada durante uma inspeção no local na terça-feira (10).

    De acordo com o Exército, o material era não servia e tinha sido recolhido para manutenção.

    O caso não está sendo tratado oficialmente como roubo ou furto, segundo nota emitida na sexta-feira (13).

    O Comando Militar do Sudeste afirmou ter instaurado um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias do fato.

    O Exército descreveu a ocorrência como “uma discrepância no controle” das armas e disse ter tomado todas as providências para investigar o caso.

    A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) lamentou o furto das 13 armas antiaéreas da Organização Militar do Exército Brasileiro, e informa que, até o momento, a Polícia Civil não foi procurada para registro da ocorrência.

    “Tendo em vista o evidente risco de desdobramentos para a segurança da população, as polícias Civil e Militar empreendem massivos esforços no sentido da localização do material subtraído e da identificação e prisão dos autores do crime”, disse a SSP

    Destinos das metralhadoras

    O Instituto Sou da Paz também se manifestou sobre o desaparecimento do armamento. Bruno Langeani, Gerente de Projetos do órgão, disse não se lembrar de nenhum caso com mais armas ou com armas tão potentes quanto as que agora foram desviadas.

    “Um desvio deste tipo só pode ser feito com financiamento do crime organizado, pois demanda uma grande logística. Cada metralhadora desta (.50) pesa entre 45-60 kg e mede 1,70m. Estamos falando do transporte de mais de meia tonelada. Uma ação feita por gente de dentro do Exército, mas arquitetada e financiada pelo crime organizado”, declarou.

    Langeani lembra que outro grande desvio nessa magnitude aconteceu em Caçapava, interior de São Paulo, em 2009. Ele pontuou que o Exército foi eficiente nesse caso, fez um grande cerco e conseguiu recuperar todos os 7 fuzis levados.

    “Realmente espero que tenham a mesma eficiência, pois esta quantidade de armas nas mãos erradas pode fazer um grande estrago”, disse.

    Poder das armas

    Metralhadoras calibre .50 são equipamentos de alto interesse de grupos criminosos organizados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que é conhecido por “alugar” armas de alto calibre para assaltos a carros-fortes, transportadoras e agências bancárias.

    Em 2016, o assassinato do megatraficante Jorge Rafaat Toumani, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, foi realizado com uso desse armamento pesado.

    Já o fuzil automático leve (FAL) de calibre 7,62 é adotado pelo Exército como armamento padrão de combate desde a década de 1960.

    “O FAL utiliza a munição 7,62x51mm NATO, que concede ao armamento uma alta precisão no engajamento dos alvos e grande letalidade”, descreve um estudo da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Rio.

    A análise acrescenta que a partir de 2017 teve início uma substituição gradual do FAL por um armamento de calibre 5,56 mm.

    *Com informações do Estadão Conteúdo