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    Execução em Guarulhos: fuzil encontrado é de uso restrito e pode causar “laceração de tecidos”

    Antônio Vinicius Gritzbach foi executado após sair de saguão no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na última sexta (8)

    Rafael Villarroelda CNN* , em São Paulo

    A Polícia Civil de São Paulo investiga se o fuzil AK-47, uma das armas encontradas neste sábado (9) nas proximidades do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), foi utilizado no atentado que resultou na morte do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, que é ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

    O fuzil de calibre 7,62 mm pode causar “lacerações de tecidos”, além de ter uma capacidade de perfuração muito grande, podendo gerar “morte instantânea”, devido às ondas de choque do projétil, segundo especialista ouvido pela CNN.

    As ondas de choque são círculos de energia que circundam o projétil enquanto ele está em deslocamento. Estas, podem, inclusive, levar à morte mesmo o disparo sendo em áreas não letais do corpo.

    Imagem mostra exemplo de projétil calibre 7,62mm • Reprodução

    Além do AK-47, que tem origem russa, pistolas 9 milímetros também foram encontradas pela Polícia Militar na tarde deste sábado (9), nas proximidades do Aeroporto de Guarulhos, local onde ocorreu a ação. Outro fuzil 556 também foi apreendido.

    Desenvolvido nos anos 50 pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), no Brasil. o calibre 7.62mm é de uso restrito das Forças Armadas, devido a sua alta capacidade de perfuração e eficácia, sendo “o mais adequado para se utilizar em operações militares em ambiente de selva” conforme mostra um estudo do Exército Brasileiro.

    Ainda segundo o estudo, o projétil pode atingir uma velocidade de 1.828 km/h (507, 79 m/s) em uma distância base de 548 metros. 

    A execução

    Conforme as informações preliminares do caso, Gritzbach havia acabado de chegar de viagem com a namorada no aeroporto e seria recebido pelo filho e um grupo de quatro seguranças, composto por PMs que faziam a proteção do empresário.

    No caminho para o aeroporto, porém, um dos carros usados por eles teria supostamente apresentado falha mecânica. Três dos seguranças, então, teriam ficado com o veículo. Assim, somente um estava no aeroporto na hora do atentado.

    Uma das linhas de investigação, que ainda está em fase preliminar, busca entender se os agentes não teriam deixado o policial exposto no aeroporto intencionalmente. Os celulares dos quatro integrantes da escolta e da namorada de Gritzbach foram apreendidos pelo DHPP, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública.

    Os policiais militares que pertenciam à equipe de segurança da vítima já prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM.

    Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações e ficarão em expediente administrativo a pedido da Corregedoria. A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores. As corregedorias das Polícias Civil e Militar apuram a atuação dos agentes.

     *Sob supervisão de Bruno Laforé

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