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    Ex-ministros da Educação apoiam devolução de MP sobre nomeação de reitores

    Cristovam Buarque e Ricardo Vélez Rodríguez falaram sobre a decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). MP acabou revogada por Bolsonaro

    Da CNN

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (12), os ex-ministros da Educação Cristovam Buarque (Cidadania) e Ricardo Vélez Rodríguez concordaram com a decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de devolver ao Palácio do Planalto a Medida Provisória (MP) que autorizava o governo a nomear reitores para universidades e institutos federais durante a pandemia do novo coronavírus sem consulta prévia à comunidade acadêmica. A MP acabou sendo revogada pelo presidente Jair Bolsonaro no começo da tarde.

    Para Vélez Rodríguez, que antecedeu Abraham Weintraub no MEC já no governo Bolsonaro, “quanto menos perturbar a ordem institucional, melhor”. Uma medida menos traumática, na avaliação dele, seria prolongar o mandato dos reitores durante a pandemia e, ao fim do período, aconteceria a eleição normal.

    Buarque, que comandou o MEC no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concordou e disse que se algum reitor não quisesse ter o mandato prorrogado, convocaria o vice-reitor para o cargo. 

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    Em último caso, segundo ele, deveria haver uma consulta à comunidade acadêmica por parte do ministro Weintraub. “Ouve alguns reitores por telefone, [pede para] indicar o nome de um, dois ou três, mas não dá esse poder de interferência. É muito ruim para o trabalho de ensino e pesquisa”.

    Ideologia 

    Para Vélez Rodríguez, “não há dúvida de que a questão ideológica sempre esteve presente nas universidades”, e é ruim quando “a parte ideológica se sobrepõe à racionalidade administrativa”. 

    “Nesse sentido, acho que [deveria ter] mecanismos de eleição de reitor para não dar tanto peso à parte ideológica, que hoje se confunde muito com interesses sindicais. A universidade não é um sindicato, é mais que isso”, afirmou. 

    Buarque acredita que é preciso “despartidarizar”. “Da mesma forma que acho errado um ministro indicar politicamente um reitor, acho errado um reitor eleito impor suas ideias, ideologia, a conjunto da comunidade. Eu sinto um partidarismo. Acho que as universidades, sobretudo as públicas, eram muito atreladas aos governos anteriores. Esse atrelamento partidário não fez bem nem aos governos, nem ao Brasil e nem às universidades”, concluiu.

    (Edição: Bernardo Barbosa)