Ex-marido encomendou morte de galerista americano morto no Rio, diz polícia
O inquérito do caso foi concluído na quarta-feira (7) com o indiciamento do autor e do mandante do crime
O cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, acusado de matar o galerista norte-americano Brent Sikkema, no Rio de Janeiro, disse em depoimento à polícia civil do Rio de Janeiro que a morte foi encomendada pelo ex-marido da vítima, Daniel Sikkema.
A informação foi confirmada à CNN por fontes policiais, que acreditam que o crime foi motivado por questões financeiras. As investigações apontam que o ex-casal disputava algumas propriedades em Cuba.
Alejandro também disse que receberia a quantia de U$ 200 mil para cometer o assassinato. O preso relatou que recebeu do ex-marido da vítima a chave para entrar no imóvel.
Agora, a polícia civil do Rio de Janeiro quer a prisão do ex-marido do galerista. Segundo os policiais, ele está em Nova York e é cubano, porém naturalizado americano. Neste caso, as autoridades brasileiras dependeriam do aval da Justiça dos Estados Unidos.
Em nota enviada à imprensa, a Polícia Civil do Rio de Janeiro confirma que o inquérito sobre o caso foi concluído nesta quarta-feira (7), com o indiciamento do autor do homicídio e do ex-companheiro da vítima, apontado como mentor intelectual e principal interessado no crime.
O documento foi remetido ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) com a representação pela prisão de ambos os envolvidos.
Em nota à CNN, o MPRJ confirmou que ofereceu denúncia e requereu a prisão preventiva dos dois. “O mandante do crime, Daniel Sikkema, foi denunciado por homicídio, enquanto o executor, Alejandro Prevez, responderá por homicídio e furto qualificado”, afirmou o órgão.
A CNN procurou a defesa de Alejandro Prevez, que ainda não formulou um posicionamento sobre as novidades do caso. Tentamos contato com a defesa de Daniel Sikkema.
Confissão
Os novos detalhes foram fornecidos por Alejandro aos investigadores durante uma oitiva colhida por agentes da Delegacia de Homicídios, no dia 30 de janeiro, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.
No dia seguinte, a CNN confirmou com a Delegacia de Homicídios que o cubano havia confessado a autoria do homicídio.
Desde que foi capturado, quatro dias após o crime, em um posto de gasolina em Uberaba, Minas Gerais, o cubano negava participação no caso, apesar de a polícia ter imagens que mostram o suspeito entrando no apartamento da vítima na noite do crime.
A nova oitiva foi marcada a pedido da defesa do suspeito. De acordo com o advogado Greg Andrade, durante as quatro horas de depoimento Prevez foi colaborativo e trouxe novas informações que podem levar as investigações a um novo rumo e até elucidar o crime
Relembre o caso
O galerista americano Brent Sikkema foi encontrado morto em seu imóvel no Jardim Botânico, na Zona Sul da capital carioca em 15 de janeiro deste ano.
Segundo informações da Polícia Civil do RJ, câmeras de monitoramento indicam que o crime foi cometido durante a madrugada do dia anterior. A perícia também constatou que a vítima já estava desacordada no momento em que sofreu cerca de 18 golpes de faca. O corpo estava com o rosto coberto por um pano quando foi encontrado por uma amiga.
As investigações da Delegacia de Homicídios também revelaram que o suspeito já conhecia Sikkema e o marido, que também é cubano. O casal havia se encontrado com Prevez entre julho e agosto do ano passado.