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    Ex-assessor de Gabriel Monteiro não usava cinto de segurança, diz carona em depoimento

    Amiga de Vinícius Witeze, morto no acidente, suspeita que carro tenha sido abastecido com combustível adulterado

    Camille CoutoStéfano Sallesda CNN , No Rio de Janeiro

    Uma amiga de Vinícius Hayden Witeze, que estava com o motorista no momento do acidente fatal que matou o ex-assessor de Gabriel Monteiro, de 33 anos, suspeita que o veículo que capotou na noite de sábado (28), na RJ-130, na Região Serrana do Rio de Janeiro, tenha sido abastecido com combustível adulterado.

    A informação foi prestada em um depoimento à 110ª DP (Teresópolis). No termo de declaração, obtido pela CNN, ela diz que o carro apresentava problemas de desenvolvimento na estrada, e que os dois estavam sem cinto de segurança.

    No documento, a carona informa ser amiga de Vinícius, com quem saiu do Rio de Janeiro para um passeio em Nova Friburgo, outra cidade da Região Serrana. Os dois teriam resolvido então voltar por Teresópolis, para conhecer o caminho, e nada de anormal teria ocorrido até então. Ela relata que, na ida para Nova Friburgo, o carro começou a apresentar problemas de desenvolvimento, e que acreditava que isso seria por conta da qualidade da gasolina.

    “Que resolveram abastecer em Nova Friburgo novamente, agora em um posto de confiança (…) Que, em Nova Friburgo, o veículo funcionou bem. Que assim, ao saírem para Teresópolis, mais uma vez procuraram por um posto de gasolina para reabastecer, não encontrado um com bandeira e novamente abasteceram em um sem bandeira confiável. Que assim que reabasteceram, o carro já começou a ratear novamente, fortalecendo que o problema era realmente a qualidade da gasolina”, diz um trecho do depoimento.

    A vítima disse ainda, no documento, que Vinícius conduzia o veículo praticamente por toda a estrada em marcha lenta, porque o carro não desenvolvia, e que a estrada estava escura e mal sinalizada, e que avisara a Vinícius para ter cuidado. Ela disse também ter cochilado em alguns trechos.

    “Que então em um determinado momento, não consegue s lembrar como foi o ocorrido, o carro já estava capotando (…) Que acredita que Vinícius não enxergou a curva, acreditando ser uma reta em razão da falta de sinalização adequada da estrada, além da escuridão. Que, durante todo o trajeto, Vinícius chegou a se queixar da falta de sinalização da estrada e que esta era muito perigosa”, cita outro trecho do documento.

    Em outra parte, a vítima nega que tenha havido algum tipo de interferência de outras pessoas no acidente. “Que na estrada estavam praticamente somente eles, não tendo havido qualquer tipo de perseguição ou acompanhamento de veículo suspeito. Que ao capotar, a depoente foi jogada para o banco de trás do veículo, pois estava viajando na frente, no banco do carona, e ambos sem utilizar o cinto de segurança”.

    A RJ-130 conecta Teresópolis a Nova Friburgo. A Polícia Civil informou ter realizado perícia no local e informou, por meio de nota, que “tudo indica para a perda de direção do motorista ao adentrar na curva existente na rodovia”.

    Autor das denúncias que levaram à abertura de um processo ético-disciplinar contra o vereador Gabriel Monteiro, Vinícius Witeze tinha sido ouvido na quarta-feira (25), pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Na ocasião, o ex-assessor chegou vestindo um colete à prova de balas. Witeze chegou a dizer que estava sofrendo ameaças após as denúncias.

    O órgão apura se houve quebra de decoro, por parte do vereador. No limite, a ação pode levar à cassação do mandato do parlamentar. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, a vereadora Teresa Bergher (Cidadania) relata ter recebido uma ligação do ex-assessor de Monteiro, na qual solicitava segurança.

    Witeze foi orientado a apresentar um ofício com o pedido. “Ele ficou de entregar o documento nesta segunda-feira (30), mas, infelizmente, não teve tempo. É tudo muito triste, muito chocante e estranho. Vamos aguardar a perícia no carro”, afirmou Teresa Bergher.

    Uma nova perícia, feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, está prevista para essa segunda-feira. O corpo de Witeze será sepultado à tarde, no Cemitério Jardim da Saudade, no município de Mesquita.

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