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    Escola com nome de Vladimir Herzog em SBC desiste de modelo cívico-militar após polêmica

    Jornalista que dá nome a instituição de ensino foi morto durante a ditadura militar brasileira que aconteceu entre os anos de 1964 e 1985

    Victor Locatelida CNN* Em São Paulo

    A Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, desistiu da adesão ao modelo cívico militar no último domingo (21). A decisão acontece após polêmicas envolvendo o nome da personalidade que a instituição recebe e o formato educacional cogitado.

    A Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) divulgou um edital para a abertura de uma consulta pública, para que as comunidades escolares opinem sobre a implantação do modelo de escolas cívico-militares na rede pública estadual, na última quinta-feira (18).

    Dentre as 302 instituições de ensino, cujos diretores manifestaram interesse em atuar no modelo proposto, a partir de 2025, se encontrava a Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog.

    Ao saber da informação, o site do Instituto Vladimir Herzog (IVH) emitiu uma nota de repúdio na última sexta-feira (19). O texto relata que é “uma afronta inadmissível a mera cogitação de que seja militarizada uma escola que leva o nome de Vladimir Herzog, jornalista brutalmente assassinado por agentes da ditadura civil militar instaurada em 1964.”

    Segundo o Instituto, o projeto considerado “desrespeita e fere a história, o legado e os valores democráticos defendidos por Vlado em vida.”

    À CNN, a Seduc-SP informou na tarde desta segunda-feira (22) que “a direção da escola considerou a proposta do programa cívico militar com a intenção de dar transparência ao projeto e ao processo de escolha, considerando a consulta pública da comunidade escolar. Após a análise, a instituição decidiu não dar continuidade ao processo.”

    Nas redes sociais, a Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog publicou uma nota informando sobre a desistência na adesão ao projeto.

    Na declaração, a instituição também reafirmou o compromisso com a “promoção da educação pública de qualidade”, e relatou que a metodologia pedagógica da escola “visa abranger valores essenciais para o desenvolvimento integral dos alunos, pautados nos princípios da democracia, pluralidade e inclusão social.”

    A CNN procurou o Instituto Vladimir Herzog na tarde desta segunda-feira (22). A associação emitiu um novo posicionamento referente a desistência da escola na implementação do projeto.

    No documento, o IVH informou que considera o processo de desistência da unidade de ensino como uma medida de “vitória significativa das manifestações populares e da mobilização social.”

    Ainda, o instituto reafirmou o compromisso com uma “educação pública, inclusiva e de qualidade”, e relatou que continuarão “mobilizados contra quaisquer iniciativas que ameacem esses princípios.”

    Escolas cívico-militares

    Com relação às escolas cívico-militares, a partir do edital publicado pela Seduc-SP na última semana, as unidades de ensino que manifestaram interesse no formato devem realizar uma consulta pública, até o dia 31 de julho, com os pais ou responsáveis pelos alunos. O que for decidido pelas comunidades escolares deve ser registrado por meio da Secretaria Escolar Digital (SED) entre os dias 1° e 15 de agosto.

    A expectativa da pasta é que ao menos 45 unidades educacionais da rede estadual de ensino estejam com o projeto implementado em 2025. Caso mais de 45 instituições manifestem interesse no programa durante a consulta pública, serão adotados alguns critérios de desempate para a seleção das escolas que irão iniciar o programa.

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