Escassez de cilindros de oxigênio afeta Campos dos Goytacazes, no Rio
A prefeitura publicou decreto solicitando a devolução dos equipamentos que não estavam em uso na casa de pacientes
Na cidade mais populosa do interior do Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, já há pacientes dividindo cilindros de oxigênio e respiradores, devido ao excesso de demanda provocado pela Covid-19.
A diretora do Centro de Combate e Controle do Coronavírus (CCCC), Patrícia Meirelles descreveu a situação do município durante uma reunião do Comitê de Crise, nesta segunda-feira (5), em vídeo obtido pela CNN.
“Fui eu que instalei todos os fluxômetros daquela unidade, com as minhas próprias mãos, para ter certeza que a gente não iria ter vazamento de oxigênio, que a gente teria oferta adequada para todos. Hoje eu não tenho o que fazer. Eu tenho paciente dividindo cilindro de oxigênio na emergência, eu tenho paciente dividindo respirador. Se nada for feito, a gente não tem mais o que fazer, a não ser esperar o óbito de uma grande parte da população”, afirmou.
Outras fontes ouvidas pela reportagem reforçaram que o problema na cidade não é de falta de oxigênio, mas de cilindros para armazenagem do produto.
Nesta segunda-feira, a prefeitura da cidade de 500 mil habitantes determinou, por meio de decreto, que sejam devolvidos os cilindros de oxigênio excedentes, que estavam nas residências dos pacientes. De acordo com o município, seriam 30.
De acordo com o Painel Coronavírus Covid-19, a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva em Campos dos Goytacazes é de 92%. Na enfermaria, a procura é maior: são 96% de ocupação.
Nesta terça-feira (6), a cidade adotou medidas restritivas mais severas para conter a pandemia, como a implementação de barreiras.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes limitou-se a responder que os cilindros que não estavam em uso foram encaminhados para a empresa responsável, que os enviará para a Unidade Pré-Hospitalar São José.
A pasta destacou ainda que, com o aumento dos casos de Covid-19 e internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, a ocupação de leitos hospitalares está em 100%, em dados do controle municipal, e que a região Norte Fluminense está classificada como de bandeira roxa, de risco mais alto para a doença.