Equipes de limpeza ainda trabalham em Petrópolis após chuvas

Aos poucos a movimentação de ambulâncias, retroescavadeiras e militares começam a diminuir na cidade de Petrópolis. Neste domingo (27), o cenário já era bem diferente do encontrado nos primeiros dias após a chuva que destruiu parte da cidade no dia 15 de fevereiro.

Sem turistas e com poucos moradores circulando, o trânsito na cidade estava tranquilo. Apesar da normalidade em alguns pontos da cidade, ainda existem ruas parcialmente interditadas. Funcionários da prefeitura trabalham indicando caminhos alternativos. Pelo menos 16 vias, que estavam bloqueadas por deslizamentos, já estão liberadas.

Além de reorganizar o trânsito, também segue sendo um trabalho de limpeza para retirar toda a lama que se espalhou pela cidade. Segundo a Prefeitura, 41 mil toneladas de entulho já foram descartados. O abastecimento de energia elétrica foi normalizado para 30 mil usuários e o fornecimento de água foi normalizado para 96,3% dos usuários.

Neste domingo, quase todo o comércio estava fechado. Na Rua Teresa nenhuma loja abriu. Já na Rua do Imperador duas padarias e poucos restaurantes funcionaram. Uma churrascaria tradicional, que funciona desde 1961 no Centro da cidade, abriu as portas pelo segundo dia consecutivo depois de mais de dez dias fechada. O estabelecimento passou por um intenso trabalho de limpeza. Móveis antigos seguem em uma marcenaria para a restauração.

“Apesar de toda dor… Nós temos conhecidos, temos amigos, temos um funcionário que passou por essa situação. Se salvou, mas perdeu membros da família. Estamos procurando ajudar na medida do possível, mas também precisamos continuar. Aqui dentro são muitas famílias, como todo o comércio. Vamos recomeçar e de novo receber os turistas que são tão comuns na nossa cidade. Em breve se Deus quiser”, disse Gilmar Pacheco, gerente da churrascaria.

No Morro da oficina o trabalho das equipes de resgate continua. Equipes do exército fazem o controle de um dos acessos para evitar a circulação de pessoas que não moram no local. Apesar do controle, quem precisar passar pela via próxima ao morro acaba parando e observando o trabalho. É o caso do Paulo que por muitos anos frequentou a localidade.

“É muito triste. Eu só peço a Deus que dê força a esses bombeiros que estão aí, que são verdadeiros heróis. Me emociono porque conhecia muito isso aqui. Isso aqui para mim quando eu vinha muito aqui com a minha avó era uma alegria grande quando eu era criança”, lembra Paulo César Santana.

Segundo o último boletim divulgado pela Prefeitura, até o momento são 229 mortes confirmadas e 20 pessoas seguem desaparecidas. Até o início da tarde deste domingo, 926 pessoas seguiam nos 13 pontos de apoio montados em escolas da rede municipal de Educação da Prefeitura de Petrópolis, além do Colégio Estadual Rui Barbosa.

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