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    Entenda o que é o queerbaiting e como a prática se manifesta no meio artístico

    À CNN Rádio, Alice Marcone, mulher trans, atriz e roteirista, disse que há uma linha tênue na apropriação da causa LGBTQIA+

    Amanda Garciada CNNRafael CâmaraLetícia BritoCarol Raciunas

    O queerbaiting é uma prática que vem ganhando popularidade nos últimos tempos e que se manifesta de diversas formas, em especial no meio artístico.

    O termo se refere à apropriação da causa LGBTQIA+ para ter algum retorno financeiro ou de popularidade.

    Isso pode acontecer tanto com famosos – a exemplo do cantor Harry Styles, que foi acusado recentemente de queerbaiting – quanto obras de ficção, como um filme que aborda a temática da comunidade de forma implícita, apenas para captar a atenção do público.

    No caso de Harry Styles, ele tem uma postura contra a heteronormatividade – pela forma com que se comporta e se veste -, mas só assumiu relacionamentos com mulheres, o que é alvo de críticas de parte dos fãs.

    Em entrevista à CNN Rádio, no No Plural +, Alice Marcone, que é uma mulher trans, e responsável por roteirizar as séries “Manhãs de Setembro” e “De Volta aos 15”, afirmou que o fenômeno é contemporâneo.

    “Se apropriar desses signos e causas imaginando que tenham efeito positivo midiático acredito que seja efeito de um mundo transformado, em que se busca gerar buzz da carreira, de filmes ou pessoas”, disse.

    Ela chama uma atenção para a linha tênue entre a importância de abordar a pauta LGBTQIA+, com a existência de personagens, e o queerbaiting, que tem essa “intenção perversa, voltada para o ganho pessoal.”

    Alice conta que a falta de representatividade real de pessoas da comunidade LGBTQIA+ “foi muito danosa para a minha formação como pessoa e para entender minha identidade.”

     

    No caso de Harry Styles, ela avalia que respeita a decisão do artista de manter a discrição sobre a vida íntima e também entende que ser queer é expressar o gênero de forma livre.

    Alice concorda que “qualquer ator pode viver qualquer personagem”, mas lembra que “a realidade do nosso cenário é a exclusão completa das pessoas LGBTQIA+ do mercado de trabalho.”

    “As produções poderiam ter pessoas da comunidade, não só para que seja pautado de forma mais genuína, mas também como forma de inclusão estrutura, quando tiver mais atores e atrizes LGBTQIA+ aí a discussão perde a força, mas não é a realidade”, defendeu.

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