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    Entenda como o colorismo agrava o preconceito no Brasil

    Usado pela primeira vez em 1982, o termo expressa descriminação com diferentes tonalidades entre os negros

    Bruna Macedoda CNN , Em São Paulo

    O termo “colorismo” foi usado pela primeira vez em 1982. Significa, de maneira simplificada, que as discriminações podem variar também de acordo com a tonalidade da pele dos negros. Apesar de ser pouco falado, é a realidade de muitos brasileiros.

    “Eu sou uma mulher negra de pele clara. Eu sou parda. Minha mãe era negra, meu pai um homem branco”, afirma Amanda Ferreira, gerente de diversidade e inclusão.

    Por ter pele clara, Amanda demorou para entender sua identidade: “o que a gente queria era aquela característica que a gente via na TV. Então, o cabelo eu alisava, tinha todo esse processo como toda garota dos anos 80 e 90”, explica.

    Já Marcos Madeira, gerente de projetos, afirma que tinha dificuldade em entender que sofria discriminação por sua cor.

    “Eu ia no shopping e o segurança me seguia. A minha razão para aquilo acontecer seria de que eu estava mal vestido ou porque eu tinha ido de chinelo, nunca porque eu era uma pessoa negra”, conta.

    Menos de 3% das mulheres e homens negros alcançam cargos de gerência ou diretoria no Brasil. Número três vezes menor do que o de mulheres e homens brancos.

    A consultora de diversidade Liliane Rocha explica que há no Brasil um racismo visual.

    “Quanto mais largo for o seu nariz, quanto mais crespo for o seu cabelo, quanto mais escuro for o tom da sua pele, mais você vai passar esse preconceito cotidiano”, diz.

    Amanda explica que o tratamento no mundo corporativo muda quando se tem características de negros.

    “Eu, obviamente, passei isso em toda a minha jornada de vida desde a adolescência até mesmo hoje como profissional dentro de uma empresa”, afirma.

    Marcos, no entanto, só conseguiu alcançar a posição profissional que desejava quando entendeu que era preciso impor sua própria identidade.

    “No final do ano passado fui efetivado como gerente de projetos de uma grande marca, isso é disruptivo porque o Marcos de 2019, que não se entendia como negro, ele não pensava muito além”, conta.

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